Imagine comigo: é 2009, o ano em que a rede do Bitcoin (BTC) foi lançada por um misterioso sujeito chamado Satoshi Nakamoto — um verdadeiro mestre da criptografia que, até hoje, é tão enigmático quanto a fórmula do número Pi. O BTC surge como uma moeda digital revolucionária, um experimento para provar que dinheiro pode existir sem bancos, sem intermediários, sem aquela burocracia chata.
Agora, pulamos para 22 de maio de 2010, quando um sujeito chamado Laszlo Hanyecz, programador e entusiasta do Bitcoin, teve uma ideia tão brilhante quanto montar o cubo mágico em segundos: usar sua recém-adquirida criptomoeda para comprar… pizza! Sim, pizza! Ele publicou no fórum Bitcointalk que pagaria 10 mil bitcoins por duas pizzas. Para você ter uma ideia, na época, esses 10 mil bitcoins valiam US$ 41 — era basicamente como trocar figurinhas.
Então, entrou em cena Jeremy Sturdivant — conhecido online como jercos — que comprou as pizzas e as entregou para Laszlo, recebendo os 10 mil bitcoins em troca. Essa foi a primeira transação do mundo real usando a criptomoeda primária como moeda, um momento histórico para a humanidade quase tão importante quanto a invenção da roda.
Agora, aqui está a parte fascinante, o verdadeiro plot twist digno de um episódio de “The Big Bang Theory”: se Laszlo tivesse guardado esses 10 mil bitcoins, hoje ele estaria com uma fortuna estimada em mais de um bilhão de dólares. Isso mesmo, bilhões!
Em homenagem a esse evento que mistura genialidade visionária e, para alguns, uma leve pitada de burrice histórica, celebramos o Bitcoin Pizza Day. Porque, se é para lembrar decisões duvidosas, que seja com carboidrato.
E já que estamos nessa vibe gastronômica e cripto-histórica, nada melhor do que revisitar outras histórias bizarras envolvendo pizzas — algumas tão surreais quanto comprar duas redondas com 10 mil bitcoins. Prepare-se para uma jornada onde queijo, molho e decisões humanas questionáveis se encontram.
História 1: A tatuagem da pizza eterna (e o contrato social não tão perpétuo assim)
Em 2018, a Domino’s Rússia decidiu lançar uma promoção tão tentadora quanto irracional: “faça uma tatuagem permanente do nosso logo em um local visível e ganhe pizza de graça pelo resto da vida”. O que, traduzido para o russo e para o bom senso, significa “você vai ser um outdoor humano em troca de 100 pizzas por ano”.
As redes sociais russas se encheram de braços, pernas e até dedos tatuados. A empresa prometia premiar os 350 primeiros corajosos. O problema? Milhares de pessoas começaram a se tatuar antes de a Domino’s perceber que talvez estivesse alimentando uma seita involuntária. Resultado: promoção encerrada às pressas e muita gente com pizza zero e arrependimento eterno.
Paralelo com o Bitcoin? Fácil. Ambos envolvem decisões que pareciam boas ideias na época, mas que depois exigiram um pouco de terapia. Pelo menos Laszlo comeu as pizzas. Já os tatuados, nem isso.
História 2: Pizza em órbita – porque até astronauta precisa de comfort food
Você acha difícil cozinhar na sua cozinha apertada? Imagine fazer isso a 400 km de altura, em microgravidade. Sim, até o espaço sideral já foi palco de uma entrega inusitada. Em 2001, a Pizza Hut enviou uma de suas criações para a Estação Espacial Internacional, tornando o cosmonauta Yuri Usachov o primeiro a saborear esse clássico da culinária na órbita terrestre.
Claro, a pizza tinha que ser à prova de desintegração cósmica: sem muitas migalhas, com temperos extras (já que o paladar muda no espaço) e zero risco de explosão. Em 2017, um kit mais elaborado permitiu até um “pizza party” espacial. Porque até em órbita, a humanidade não abre mão de um carboidrato com queijo derretido.
Bitcoin também já orbitou o mundo (literalmente, com satélites da Blockstream). Mas, diferentemente da pizza espacial, ele não derrete – apenas oscila loucamente no mercado como uma montanha-russa sem freios.
História 3: A maior pizza do mundo
Na terra sagrada da pizza, Nápoles, 250 pizzaiolos se uniram para fazer a maior pizza do planeta: 1.853 metros de glória napolitana. Foram 2 toneladas de farinha, 1.600 kg de tomate, 2.000 kg de queijo e um evento que durou 11 horas.
O feito foi registrado pelo Guinness World Records, e o melhor: as fatias foram distribuídas ao público e instituições de caridade. Uma blockchain humana, onde cada pedaço tinha um destino.
Já o Bitcoin, com sua blockchain descentralizada, é mais difícil de fatiar – mas ao menos não precisa de cinco fornos a lenha sobre rodas para ser validado.
História 4: A pizza banhada a ouro – para quem acha o BTC barato demais
Enquanto uns economizam no molho, outros colocam ouro comestível. Em Nova York, o restaurante Industry Kitchen criou a famigerada 24K Pizza. A massa é preta (com tinta de lula), tem queijo Stilton, caviar, trufas, foie gras e flocos de ouro. Tudo isso por apenas US$ 2.000. Sim, você leu certo. Duas mil verdinhas. A pizza mais cara do planeta.
Isso nos leva ao BTC: quem achou que pagar US$ 100 mil numa moeda digital era absurdo, nunca viu uma pizza de dois mil dólares que não pode nem ser esquentada, sob o risco de derreter o caviar.
Ah, e você precisa encomendar com 48 horas de antecedência. Porque ostentação tem fila de espera.
História 5: A pizza da discórdia (e a blockchain da agressão)
Por fim, temos o caso de Robert Houston, na Flórida (onde mais?), que foi preso por agredir o pai com… uma fatia de pizza. O motivo? Ele estava bravo porque o pai “o colocou no mundo”. Ah, a psicanálise agradece.
Após o ataque de queijo e tomate, Robert esperou calmamente pela polícia. Cena do crime: queijo no chão, molho na parede e um pai com orgulho arranhado (e talvez um gosto estranho no rosto).
E aqui está o paralelo com o Bitcoin: decisões emocionais, volatilidade intensa e, claro, sempre há um louco disposto a sacrificar tudo por um princípio… ou por uma fatia.
Então, da próxima vez que alguém disser que o Bitcoin Pizza Day é só uma data simbólica sem relevância, lembre-se: estamos falando de uma moeda que já foi comida, tatuada, lançada ao espaço, enfeitada com ouro e até arremessada na cara de um pai.
Afinal, o Bitcoin pode até ser descentralizado, mas o amor pela pizza é universal. E, às vezes, levemente irracional.