Durante o evento ETHGlobal Prague, o cofundador do Ethereum (ETH), Vitalik Buterin, delineou um roteiro para a escalabilidade da Layer 1 da rede. Segundo o programador, a plataforma de contratos inteligentes pode crescer até 10 vezes em capacidade já no próximo ano, com melhorias que não comprometem a descentralização.
Buterin destacou que esse salto será impulsionado por recursos já discutidos:
Execução retardada (delayed execution): propõe que a validação de blocos possa ocorrer sem a execução imediata de todas as transações contidas neles. Algo possível porque os blocos seriam acompanhados de informações adicionais que permitem a verificação de sua validade apenas com base no estado anterior da blockchain. Essa abordagem tem o intuito de reduzir a carga computacional dos validadores, permitindo que eles atestem a validade de blocos de forma mais eficiente.
Listas de acesso em nível de bloco (BALs): listas estruturadas que especificam, para cada bloco, quais contas e slots de armazenamento serão acessados pelas transações nele contidas. Essa antecipação permite que os validadores preparem os dados necessários com antecedência, otimizando o processo de validação e possibilitando a execução paralela de transferências. Além disso, as BALs contribuem para a redução do uso de banda e armazenamento, tornando melhor a sincronização de nodes.
Otimizações de rede: elas reduzem a latência na propagação de blocos e transações, melhoram os protocolos de consenso e fazem ajustes no comportamento dos validadores para acelerar o tempo de resposta. Essas melhorias aumentam a eficiência geral da rede, permitindo que ela suporte um maior volume de transações com menor consumo de recursos.
Armazenamento distribuído do histórico da blockchain: com o crescimento da blockchain, armazenar todo o histórico de transações torna-se um desafio para os nodes da rede. A proposta de armazenamento distribuído busca aliviar essa carga, permitindo que os dados históricos sejam armazenados de forma descentralizada em redes peer-to-peer, como a Portal Network, garantindo que os dados antigos permaneçam acessíveis sem sobrecarregar os nodes individuais, promovendo a descentralização e a sustentabilidade da blockchain.
Momento de pausa para avaliar descentralização
Ao falar no ETHGlobal Prague, Buterin defendeu que, após essa fase de expansão, seria prudente fazer uma pausa para avaliar a saúde da descentralização da rede.
O programador também falou sobre a possibilidade de um fork voltado às chamadas melhorias de protocolo “seguras”, ou seja, ajustes que não ameacem a descentralização. Essa fase de “limpeza” poderia tratar de questões de abstração de contas, resistência à censura, melhorias na máquina virtual e simplificação do código do protocolo.
Enquanto parte da comunidade Ethereum pressiona por metas mais ousadas, como escalar em 1.000 vezes, Vitalik acredita que esse tipo de avanço só deve ser perseguido quando as ZK-EVMs (zero-knowledge Ethereum Virtual Machines) estiverem maduras e prontas para uso em larga escala.
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