Elon Musk classificou como uma “abominação repugnante” o projeto de lei fiscal apresentado pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump, conhecido como “The One, Big, Beautiful Bill”.
Em debate no Congresso, o projeto tem o intuito de tornar permanentes os cortes tributários da era Trump e introduz novos incentivos fiscais, ao custo de um possível aumento trilionário do déficit público.
De acordo com o Comitê de Formas e Meios, as propostas são a duplicação da dedução padrão para US$ 16.300 (solteiros) e US$ 32.600 (casais) a partir de 2026, aumento do crédito infantil para US$ 2.500 entre 2025 e 2028, e extensão da dedução para rendimentos empresariais qualificados de 20% para 23% após 2025. Também está prevista a elevação da isenção de impostos sobre heranças para US$ 15 milhões por indivíduo.
Estudos da Tax Foundation estimam que as medidas reduziriam a arrecadação federal em US$ 4,1 trilhões até 2034. Já o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO) projeta que o déficit poderia crescer entre US$ 2,3 trilhões e US$ 3,8 trilhões na próxima década.
Musk rompe com Trump
Dias após deixar o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), Musk criticou publicamente o projeto em sua conta na rede social X, afirmando que ele é “massivo, ultrajante e recheado de emendas clientelistas”. Além de alertar para o impacto no déficit, ele disse que não há benefícios para suas empresas, como Tesla e SpaceX.
Em entrevista à CBS, o bilionário já havia criticado a proposta ironizando: “Acho que um projeto pode ser grande ou bonito. Mas não sei se pode ser ambos”.
Pressionando por aprovação até 4 de julho, Trump conta com apoio de setores da segurança, mas enfrenta críticas da oposição e agora também de ex-aliados. A Casa Branca, representada pela secretária Karoline Leavitt, saiu em defesa da proposta e afirmou que as críticas de Musk são infundadas e motivadas por interesses pessoais.
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