Com a chegada da versão 30 do Bitcoin Core, prevista para outubro de 2025, uma nova disputa técnica e ideológica voltou a ser um debate entre desenvolvedores progressistas e conservadores. O motivo é uma mudança nos limites do campo OP_RETURN que pode redefinir o que é armazenado na blockchain.
📦 O que muda no OP_RETURN?
Desde sempre, o OP_RETURN — que permite guardar dados na blockchain — teve um limite padrão bem restrito: até 80 bytes. Essa limitação existia para evitar que a rede fosse usada como um grande “pendrive público”, armazenando arquivos não relacionados a transações em BTC.
Mas os tempos mudaram. A nova proposta, liderada por Antoine Poinsot e Peter Todd, eleva esse teto para quase 4MB. O argumento é tornar a rede mais flexível para experimentações e casos de uso não financeiros.
🧱 A briga por trás da atualização
Do outro lado da disputa, Luke Dashjr e BitcoinMechanic acusam os progressistas de distorcerem o propósito do Bitcoin. Para eles, usar a blockchain como armazenamento de dados é um abuso, que vai contra a filosofia minimalista e monetária da rede.
Segundo essa ala, aceitar grandes quantidades de dados arbitrários representa ceder à influência de grandes corporações e compromete a função da criptomoeda primária como sistema financeiro.
⚙️ “Vitória” com ressalvas
Mesmo com a resistência, a versão 30 do Bitcoin Core já tem data marcada — e com ela, a alteração no padrão do mempool.
A novidade é que, apesar do aumento agressivo no tamanho do OP_RETURN, os operadores de nodes ainda poderão limitar o uso manualmente, ajustando os parâmetros -datacarrier e -datacarriersize.
Na prática, porém, a maioria roda o software com as configurações padrão. Ou seja, a nova política será a regra para boa parte da rede.
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