Com milhares de projetos rodando em paralelo, um detalhe técnico costuma passar despercebido até pelos traders mais experientes: a liberação programada de tokens no mercado. No entanto, essa dinâmica silenciosa pode influenciar — e muito — o preço de ativos em questão de horas.
A seguir, você confere o que será desbloqueado nos próximos dias, quais projetos merecem atenção e como isso pode afetar o comportamento do mercado.
🧠 Antes de tudo: o que é um token unlock?
Projetos criptos costumam travar parte dos tokens em contratos inteligentes, para evitar despejos no mercado logo após o lançamento. Esses tokens ficam bloqueados por semanas, meses ou até anos, com datas e valores definidos para liberação.
Quando um novo lote é liberado, o volume circulante aumenta, o que pode gerar pressão de venda, principalmente se os beneficiários forem investidores ou desenvolvedores iniciais.
🔍 Tokemons da semana: olho neles
VENOM e OP apresentam valores consideráveis. Mas o que realmente chama atenção é o caso de TRIBL, com quase 10% da oferta total sendo liberada — mesmo com volume financeiro baixo.
📉 Risco de queda ou oportunidade de entrada?
Liberar tokens não significa queda automática. Depende de quem recebe as criptos e o que faz com elas.
Segundo o estudo “Cryptoasset Token Economies” (Rauchs et al., University of Cambridge, 2020), tokens com grande percentual ainda bloqueado tendem a sofrer mais com cada liberação, pois o mercado precifica incerteza futura. Já projetos com distribuição ampla e transparente costumam absorver melhor os impactos.
Além disso, o contexto do mercado importa. Se o projeto estiver em alta ou com anúncio relevante próximo, o unlock pode ter efeito neutro ou até positivo — atraindo investidores pela liquidez extra.
⚠️ Casos para acompanhar com atenção
🔻 VENOM (VENOM)
Apesar do market cap modesto, o token terá um dos maiores unlocks da semana, liberando US$ 9,88 milhões em 2 dias. A circulação atual está em apenas 30%.
🚨 TRIBL (Tribal Token)
Um caso curioso: o valor a ser liberado é baixo (pouco mais de US$ 34 mil), mas representa 9,17% do total em circulação. Se houver movimentação atípica por insiders, o impacto pode ser desproporcional.
🧬 OP (Optimism)
Apesar da frequência de desbloqueios, o projeto continua entre os mais mencionados do universo Ethereum Layer 2. Como tem grande visibilidade e comunidade ativa, o desbloqueio pode ser absorvido com mais fluidez.
🧠 O que você pode fazer com essa informação?
✅ Avalie o percentual já desbloqueado: tokens como MURA (89%) e IOTA (77%) já estão com boa parte do suprimento em circulação. Isso reduz a pressão vendedora dos próximos unlocks — diferente de projetos como VENOM (30%), onde ainda há muito capital travado que pode entrar no mercado futuramente.
✅ Observe o tamanho do unlock em relação à liquidez: um desbloqueio de US$ 9 milhões, como o da VENOM, pode ter impacto diferente dependendo do volume diário de negociação. Se o volume for baixo, mesmo um unlock pequeno pode gerar pressão vendedora intensa.
✅ Use o unlock para monitorar movimentações internas: alguns projetos distribuem tokens para insiders, investidores ou times fundadores. Se houver movimentações logo após o unlock, pode indicar venda estratégica ou realização de lucros. Ferramentas como Etherscan e SpotOnChain ajudam a rastrear.
✅ Preste atenção em tokens com histórico de comportamento pós-unlock previsível: se o OP costuma cair após unlocks, ou o DYDX tende a lateralizar, esse padrão pode ser explorado. Monte um histórico próprio com base em observação e dados — isso fideliza o leitor.
✅ Considere o contexto de mercado e o humor da comunidade: se o mercado está em tendência de alta e o unlock é pequeno, ele pode ser absorvido com facilidade. Já em momentos de medo, qualquer movimentação vira gatilho de pânico.
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