A taxa de hash do Bitcoin (BTC) caiu 15% em poucos dias, atingindo o menor patamar desde 2021. Mas o que é essa taxa?
De forma simplificada, a taxa de hash é a medida da força computacional total usada para validar transações e minerar novos blocos na rede Bitcoin. Quanto maior, mais segura e eficiente é a blockchain.
Nos últimos dias, ela despencou de 943 EH/s para menos de 800 EH/s. Os analistas Colin Harper (Luxor), Jaran Mellerud (Hashrate Index) e dados da Coin Metrics apontam para três fatores que contribuíram para esse cenário: problemas de energia em regiões mineradoras, saída de mineradores menos lucrativos e calor extremo nos EUA.
Mesmo com o preço elevado do BTC, a “hashprice” (receita por exahash) está baixa — em torno de US$ 52 — o que faz operações menos eficientes se desligarem para economizar.
Além disso, nas regiões de mineração (como o Texas), o aumento no consumo de ar-condicionado e tensões nas redes elétricas está levando a desligamentos sazonais.
Na prática, isso deixa a rede mais lenta temporariamente porque, com menos mineradores ativos, os blocos demoram mais para serem confirmados. O Bitcoin foi projetado para gerar um novo bloco a cada 10 minutos, mas quando o poder computacional diminui, esse intervalo se alonga.
Para corrigir esse desequilíbrio, o protocolo do BTC realiza um ajuste automático de dificuldade a cada 2.016 blocos (em média, a cada duas semanas). Previsto para 29 de junho, o próximo ajuste deve suavizar o problema ao tornar mais fácil o processo de mineração, reequilibrando o tempo médio entre blocos.
A rede está em risco?
A queda no hashrate reduz a segurança e eficiência momentaneamente, mas não compromete a existência ou continuidade do Bitcoin. A rede é feita para sobreviver a essas flutuações, inclusive com incentivos econômicos para novos mineradores entrarem quando a concorrência e a dificuldade caem.
🔐 Segurança: menor, mas ainda robusta
- Quanto menor o hashrate, mais barato é tentar atacar a rede, como num ataque de 51%.
- No entanto, mesmo com quedas, o Bitcoin continua extremamente seguro porque a rede é distribuída e resiliente.
- Só quedas muito severas e sustentadas (por exemplo, 80% ou mais) poderiam abrir brechas reais.
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