A Strategy, antiga MicroStrategy, enfrenta pelo menos cinco ações coletivas de investidores que alegam terem sido enganados quanto aos riscos e retorno financeiro de sua política de compra de bitcoin (BTC).
As ações, movidas entre maio e junho, citam perdas estimadas em US$ 5,9 bilhões com a desvalorização dos BTCs mantidos em tesouraria.
Os advogados acusam a empresa e o executivo Michael Saylor de fazer declarações públicas enganosas entre abril de 2024 e abril de 2025.
⚔️ Corrida por controle do processo
Cada escritório quer ser escolhido como representante principal da ação — uma posição que dá direito a honorários multimilionários e maior controle sobre o caso.
“Esses processos são comuns em disputas de valores mobiliários”, explicou Adam Pritchard, professor da Universidade de Michigan. Segundo ele, os escritórios buscam visibilidade e clientes com grandes perdas para fortalecer seus argumentos.
Ann Lipton, professora da Universidade do Colorado, complementa: “O autor principal escolhe o escritório e controla a condução do processo”.
🧱 Quem pode realmente incomodar a Strategy?
A legislação estadunidense favorece grandes investidores como líderes nas ações. Fundos como Vanguard, BlackRock e Capital International estão entre os principais acionistas da empresa.
Ainda não se sabe se algum deles vai participar do processo, mas quanto maior a perda, maior a chance de liderar a ação.
A Strategy, por sua vez, diz que vai se defender com vigor. Em comunicados à SEC, reconheceu os processos, mas declarou que ainda não consegue estimar perdas potenciais.
📉 Compras ousadas, retorno frustrante
No primeiro trimestre, a empresa alocou US$ 7,7 bilhões em 528.185 BTC a um preço médio de US$ 95 mil. No momento da divulgação dos resultados, o BTC estava em US$ 82 mil.
Apesar da recuperação para US$ 107 mil, a Strategy teve que admitir um prejuízo não realizado de US$ 5,9 bilhões — suficiente para derrubar o lucro e acionar alarmes no mercado.
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