Líderes se reuniram nesta semana em Buenos Aires para a 66ª Cúpula do Mercosul. Lula defendeu maior integração regional e acordos com outros blocos. Já Milei classificou o Mercosul como uma “cortina de ferro” e sugeriu abandonar o bloco.
🧱 Cúpula em Buenos Aires escancara divergências
A 66ª Cúpula do Mercosul ocorreu nos dias 2 e 3 de julho de 2025, em Buenos Aires, com a sessão de chefes de Estado acontecendo no dia 3 de julho. Participaram os presidentes dos quatro países-membros — Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai — além de autoridades da Bolívia, que está em fase final de adesão ao bloco.
O encontro se deu em um quadro de debates sobre o acordo comercial com a União Europeia, pressões por mudanças nas regras do bloco e reações às novas direções políticas adotadas pelo Brasil e Argentina. As declarações de Lula e Milei mostraram os caminhos opostos que os dois governos desejam seguir dentro do Mercosul.
🔹 Lula quer fortalecer o bloco
Ao assumir a presidência temporária do Mercosul, Lula defendeu uma atuação conjunta entre os países e afirmou que o bloco ainda é um instrumento estratégico para proteger empregos e impulsionar a economia regional. Em seu discurso, ressaltou a necessidade de modernização, mas sem abrir mão da união.
O presidente brasileiro também colocou como prioridade a retomada do acordo com a União Europeia, travado há anos por entraves ambientais e comerciais, além de intensificar relações com países da Ásia. “Queremos um Mercosul mais forte, mais unido e mais eficiente”, declarou.
Além disso, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro divulgou nota afirmando que, durante sua presidência pro tempore, o Brasil pretende “retomar o diálogo sobre acordos externos”, dar sequência à modernização dos mecanismos internos — como a Tarifa Externa Comum — e reordenar a agenda econômica do Mercosul.
🔹 Milei confronta e ameaça deixar o Mercosul
Em contraste direto com Lula, o presidente argentino Javier Milei usou seu discurso para criticar o funcionamento do Mercosul. O político disse que o bloco tem agido como uma “cortina de ferro” que limita a liberdade econômica dos países e prejudica o comércio com o restante do mundo.
Milei afirmou que, caso não haja abertura para regras mais flexíveis, a Argentina buscará outros caminhos, com ou sem o apoio dos demais membros. “Se não puder ser acompanhado pelos seus sócios, a Argentina avançará sozinha”.
🔹 Clima tenso, mas diplomático
Apesar das críticas públicas e da diferença de tom entre os presidentes, a reunião seguiu com postura diplomática. Representantes de Paraguai e Uruguai adotaram falas mais neutras, evitando confrontos diretos e reforçando a importância da continuidade do bloco.
🔹 Brasil assume a presidência com foco em acordos e modernização 🇧🇷
Ao assumir a presidência temporária do Mercosul, o Brasil anunciou que dará prioridade à conclusão do acordo com a União Europeia, pendente desde 2019. Lula também destacou a intenção de aproximar o bloco de outras economias, com destaque para a Ásia, e de revisar mecanismos como a Tarifa Externa Comum.
Segundo o Itamaraty, a agenda brasileira durante esse semestre buscará “fortalecer o comércio intrabloco, modernizar estruturas internas e aumentar a projeção internacional do Mercosul”. O país comandará as negociações até janeiro de 2026.
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