Economia da China surpreende e lidera crescimento global em 2025

Economia da China surpreende e lidera crescimento global em 2025
Imagem destaque: ChatGPT

A economia da China caminha para alcançar US$ 19,5 trilhões em 2025, encerrando seu plano quinquenal com média de crescimento superior a 5%. Mesmo com tensões externas, o país mantém a expansão com foco em inovação, exportações e estímulo ao consumo interno.

🧮 Números gerais do PIB da China

A projeção foi divulgada pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, principal órgão de planejamento do país. Segundo o relatório, a economia chinesa deve ultrapassar 140 trilhões de yuans, o equivalente a US$ 19,5 trilhões.

Nos últimos cinco anos, o crescimento médio ficou em torno de 5,4%, superando metas internas mesmo com uma desaceleração global no período.

🏭 Indústria de ponta e reestruturação produtiva

A China passou a investir em setores de alto valor agregado, como chips, veículos elétricos, inteligência artificial e energia limpa. 

Em janeiro de 2025, por exemplo, foi lançado o Fundo Nacional para IA, com US$ 8,2 bilhões de capital (60 bilhões de yuan), destinado a promover pesquisa e startups em inteligência artificial, robótica e tecnologias inovadoras em Pequim e Hangzhou. 

Além disso, entre 2018 e 2024, o governo chinês destinou US$ 300 bilhões para apoiar o plano “Made in China 2025”, mais US$ 1,4 trilhões adicionais pós-pandemia. Entre as medidas estão subsídios, crédito subsidiado e isenções fiscais.

Já o mercado de energia limpa recebeu investimentos de US$ 625 bilhões em 2024. O país atingiu antecipadamente suas metas de capacidade eólicas e solares programadas para 2030.

Na área de armazenamento de energia, a capacidade de tecnologia de nova geração (como baterias de lítio e armazenamento térmico) quase quadruplicou em 2023, alcançando 31,4 GW, com aporte estatal estimado em US$ 13,9 bilhões desde 2020.

✅ Retorno e impacto:

  • A economia do mercado de EV representa 58 % da produção global de carros elétricos em 2023, com 12,87 milhões de unidades vendidas em 2024, e lideranças como BYD superando Tesla nas vendas.
  • No primeiro trimestre de 2025, os dados oficiais mostraram um avanço de 7,7 % na produção industrial e crescimento de 6,9 % nas exportações, reforçando que os investimentos estatais e privados estão gerando desempenho superior.

📦 Exportações continuam fortes

Mesmo com barreiras comerciais e tarifas dos Estados Unidos, as exportações chinesas seguem em alta. 

Em maio de 2025, as exportações bateram crescimento de 5% na base anual, segundo uma pesquisa da Reuters com economistas.

As vendas de veículos elétricos e híbridos plug-in entre janeiro e maio registraram alta de 19%, chegando a  US$ 858 bilhões em exportações de equipamentos de manufatura, que representaram 58,3 % do total.

Do montante de 1,25 milhão de veículos elétricos exportados em 2024, a China respondeu por 40 % das exportações globais, segundo a IEA .

Em junho de 2025, as exportações automotivas aumentaram 23,8% em valor, e as vendas domésticas de automóveis cresceram 18,6%.

🧱 Estímulos internos e investimentos públicos

A expansão também tem base em obras públicas e estímulo estatal. Projetos de moradia, transporte e tecnologia foram financiados por bancos estatais e fundos locais.

Mesmo com o risco de endividamento interno, o governo mantém essa estratégia para segurar o emprego e sustentar a atividade econômica em regiões-chave.

🛍️ Consumo interno como novo motor

A China tem incentivado o crescimento da sua classe média como forma de girar a economia de dentro pra fora. Há estímulos ao crédito, incentivo ao e-commerce e promoção de viagens e serviços internos.

Um dos destaques são os programas de troca de eletrodomésticos antigos por novos, que em 2025 contaram com micro‑ondas, purificadores de água, smartphones, tablets, e outros itens eletrônicos com subsídios entre 15 % e 20 %. 

Para isso, o governo destinou 81 bilhões de yuans (US$ 11 bi) ao programa, que já beneficiou milhões de consumidores e impulsionou vendas de bens de consumo duráveis no varejo interno.

Adicionalmente, as plataformas de comércio eletrônico Taobao e JD.com foram promovidas em campanhas nacionais com desconto e subsídio direto para incentivar o consumo de marcas chinesas em segmentos de tecnologia e serviços como forma de compensar quedas nas exportações e evitar dependência excessiva de mercados externos.

O governo também apresentou um novo plano para estimular o setor de serviços em 2025, com investimentos para fortalecer turismo doméstico, cuidados de saúde, entretenimento e educação, além de incentivos fiscais e tributários para aumentar a renda disponível das famílias. Outro ponto estratégico é o uso de títulos especiais de longo prazo, parte dos cerca de 300 bilhões de yuans emitidos destinados a incentivar o consumo e aquecer o mercado interno.

⚖️ Comparativo com os EUA

Enquanto a China deve crescer entre 4% e 5% neste ano, os Estados Unidos devem registrar alta de apenas 1,5% no PIB, segundo estimativas do Federal Reserve.

O crescimento estadunidense está limitado por tarifas comerciais, inflação persistente e incertezas fiscais. No primeiro trimestre de 2025, a economia dos EUA chegou a registrar retração de 0,3% em termos anualizados.

⚠️ Riscos no horizonte chinês

O mercado imobiliário continua sendo um ponto fraco. A oferta de moradias supera a demanda — principalmente em cidades de nível inferior —, resultando em um estoque equivalente a mais de dois anos de absorção do mercado. 

Os preços de imóveis novos e usados caíram em média 30% desde o pico de 2021, e em 2025 uma nova queda de até 5% é esperada, com investimentos no setor recuando 8,4% segundo a previsão de analistas consultados pela Reuters.

O desemprego entre jovens urbanos permanece elevado. A taxa para pessoas de 16 a 24 anos chegou a 16,5% em março de 2025, caindo levemente para 14,9% em maio, segundo dados oficiais.

Enquanto isso, os governos locais acumularam níveis preocupantes de dívida, grande parte fora dos livros oficiais por meio dos chamados LGFVs (veículos de financiamento locais). O débito combinado dessas entidades pode alcançar entre 60% a 80% do PIB — elevando o risco financeiro para os bancos regionais e corroendo capacidade de investimento público.

Assim, para 2026, economistas consultados pela Reuters projetam uma desaceleração gradual do crescimento chinês, com o PIB avançando 4,2% no ano

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