O café brasileiro acaba de ganhar um novo fôlego no mercado internacional. Enquanto os Estados Unidos (EUA) apertam o cerco com novas tarifas, a China abriu as portas para 183 novas empresas brasileiras exportarem o grão para o país asiático.
O aval chinês, anunciado pela Embaixada do país no Brasil, tem validade de cinco anos e entrou em vigor no mesmo dia em que o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou o tarifaço contra o Brasil.
☕ Café brasileiro perde espaço nos EUA
O novo imposto anunciado pelos Estados Unidos vai taxar em 50% as exportações brasileiras de café a partir de 6 de agosto. A medida atinge um dos principais canais do grão. Só em 2024, os estadunidenses compraram 23% de todo o café exportado pelo Brasil, principalmente o tipo arábica.
Nos primeiros seis meses de 2025, foram 3,3 milhões de sacas de 60kg embarcadas para os EUA. A China, que hoje é apenas o 10º maior comprador do café nacional, ficou com 529 mil sacas — ou seja, 6,2 vezes menos.
🚢 China sinaliza expansão no consumo
Segundo dados compartilhados pela Embaixada do Brasil na China, as importações líquidas de café subiram 13 mil toneladas entre 2020 e 2024.
E o potencial ainda é grande. O consumo per capita no país é de apenas 16 xícaras por ano, frente a uma média global de 240. Ou seja, há espaço para crescer e o Brasil quer aproveitar.
📉 Produtores precisarão se adaptar
Para especialistas do Cepea/Esalq/USP, o impacto da taxação estadunidense pode forçar produtores brasileiros a buscarem novos destinos para o café. Isso exigirá mais do que só uma boa safra, será preciso “agilidade logística e estratégia comercial” para evitar perdas em cadeia.
De acordo com a Agência Brasil, Ministério da Agricultura e Cecafé não comentaram a habilitação chinesa. Mas o Conselho já avisou que segue negociando para tentar incluir o café na lista de produtos isentos da tarifa dos EUA — o que pode aliviar parte do impacto no curto prazo.
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