Mercado cripto atinge US$ 4 tri; próximos dias serão decisivos

Mercado cripto atinge US$ 4 tri; próximos dias serão decisivos
Imagem destaque: Pexels/ Matthis Volquardsen

A segunda-feira (11) começou boa para os investidores de criptomoedas, com o mercado geral ultrapassando a marca de US$ 4 trilhões. Inclusive, esse cenário fez com que o Ethereum (ETH) superasse a Mastercard, se tornando o 22º maior ativo do mundo em capitalização.

Esse aumento da principal altcoin do mercado tem sido motivado pelo acúmulo institucional. Para exemplificar, a gestora Fundamental Global apresentou à SEC um pedido para alocar até US$ 5 bilhões em Ethereum. O objetivo é comprar 10% do fornecimento circulante de ETH.

Além do bitcoin (BTC) e do Ethereum, Pump.fun (PUMP), Lido DAO (LDO) e Ethena (ENA) se destacaram, todas com altas superiores a 10% nas últimas 24 horas.

Fatores que influenciaram a alta

O marco regulatório ganhou força no dia 18 de julho de 2025 com a sanção da GENIUS Act pelo presidente dos EUA. A lei criou clareza para emissoras de stablecoins lastreadas em dólar. Passou a exigir reservas completas, auditoria mensal e supervisão federal e estadual. Isso trouxe mais credibilidade à indústria blockchain.

Já no dia 7 de agosto de 2025, um novo decreto do Executivo permitiu que criptomoedas entrem nos 401(k). Como resultado, os planos de aposentadoria passam a poder investir em ativos digitais. A medida pode atrair um forte fluxo institucional, pois os 401(k) somam quase US$ 9 trilhões.

Além disso, a expectativa de cortes de juros nos EUA ajuda o mercado de risco a respirar melhor. O Federal Reserve sinalizou que pode iniciar reduções ainda em setembro de 2025, depois de dados econômicos mais fracos. Isso tende a soltar a liquidez e trazer investidores de volta às criptos.

Por fim, o dólar caiu nas últimas semanas, favorecendo ativos cotados na moeda, como criptos e commodities. O enfraquecimento do DXY tem sido um impulso indireto à entrada de capitais nesse mercado.

“Para os próximos dias, a atenção se volta à manutenção do fluxo de capital institucional e à resposta do mercado a novos dados econômicos nos EUA. Apesar do viés comprador, o nível elevado de ganância pede cautela, já que movimentos de realização de lucros não estão descartados caso surjam notícias que contrariem o atual sentimento positivo”, destacou Sarah Uska, analista de criptoativos do Bitybank.

O que acompanhar nesta semana

Terça-feira (12): será divulgada a inflação dos Estados Unidos, que pode influenciar a expectativa de cortes de juros. Ainda na terça-feira, haverá audiência sobre a disputa entre a FTX e a Three Arrows Capital. A 3AC afirma ter direito a US$ 1,5 bilhão, enquanto a massa falida da corretora contesta e diz que o valor é muito menor por causa de dívidas e perdas. O tribunal vai decidir se essa reivindicação será aceita ou reduzida.

Quinta-feira (14): trará números do mercado de trabalho e da inflação ao produtor nos EUA, dados que podem calibrar as apostas para a política monetária.

Mas o que esperar agora para o bitcoin?

O bitcoin voltou a se aproximar da zona dos US$ 120 mil, sustentado por um rali que combina melhora no fluxo dos ETFs, alta no volume e retomada do interesse varejista. 

No gráfico diário, o preço rompeu a barreira dos US$ 116 mil. Agora, busca se consolidar acima dessa faixa.

 

Já o semanal mantém tendência de alta iniciada em meados de abril.

Os dados da CryptoQuant mostram um aumento na participação de ordens de varejo. O indicador de tamanho médio das ordens de futuros registrou mais clusters vermelhos.

Historicamente, esse padrão surge em fases de distribuição. É aqui que as baleias reduzem participação e realizam lucros próximos a topos locais.

Nos ETFs, o fluxo líquido voltou a ser positivo nos últimos dias, após uma sequência de saídas no início de agosto. Esse fator contribui para estabilizar o preço, mas ainda não representa uma entrada maciça de capital institucional. 

Já a dominância do BTC recuou para a casa dos 60%, com ganho de participação do Ethereum, o que mostra rotação parcial de capital para altcoins.

Tecnicamente, o próximo grande teste está na resistência entre US$ 120 mil e US$ 122 mil. Um rompimento consistente, com bom volume, pode abrir espaço para buscar a faixa de US$ 125 mil. Caso haja rejeição nessa região, o suporte imediato está em US$ 115 mil, seguido de US$ 112 mil. 

No RSI semanal, o BTC opera próximo da zona de sobrecompra, o que reforça a possibilidade de uma pausa ou correção curta antes de novas máximas.

E o Ethereum?

O Ethereum encerrou a última semana com uma forte valorização, rompendo a faixa dos US$ 4.200 e atingindo o maior nível desde março de 2024. O rali foi acompanhado pela atividade no mercado de derivativos.

O open interest em opções alcançou US$ 13,75 bilhões, o maior patamar do ano e próximo do recorde histórico de US$ 14,6 bilhões. Esse aumento mostra posicionamento elevado de traders em busca de movimentos mais fortes no preço.

Nos dados on-chain, 97% dos endereços que detêm ETH estão em lucro, segundo a Sentora. Esse cenário costuma elevar a pressão vendedora, pois parte dos investidores pode aproveitar para realizar ganhos.

A Glassnode confirma essa leitura, mostrando que os volumes diários de realização de lucro voltaram a subir. Eles alcançaram US$ 553 milhões na média móvel de 7 dias, ainda abaixo do pico de julho, mas em trajetória de alta.

No gráfico semanal, o ETH rompeu resistências importantes. A altcoin se aproxima da zona de US$ 4.300 a US$ 4.350, que coincide com topos registrados no primeiro trimestre. O RSI está próximo da região de sobrecompra, enquanto o MACD mantém cruzamento altista.

Se houver rompimento com volume, o Ethereum pode buscar a faixa de US$ 4.500 no curto prazo. Caso ocorra correção, o suporte mais próximo está na região de US$ 4.050, seguido por US$ 3.850.

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