A conta não para de crescer nos Estados Unidos. O governo norte-americano ultrapassou a marca dos US$ 37 trilhões em dívida bruta, antecipando em anos as projeções oficiais pré-pandemia. Esse número aparece no último relatório do Tesouro divulgado nesta terça-feira (12).
O crescimento da dívida ficou fora de controle após 2020. A pandemia paralisou a economia e exigiu empréstimos para evitar colapso, tanto sob a gestão de Trump quanto de Biden.
Agora, o problema se agravou com a nova legislação aprovada pelos republicanos, que vai adicionar US$ 4,1 trilhões à dívida em 10 anos, segundo o Escritório de Orçamento do Congresso.
O impacto vai muito além dos números. Segundo o GAO, a dívida em alta gera juros maiores em hipotecas e financiamentos, pressiona salários e eleva os preços ao consumidor.
Michael Peterson, da Fundação Peter G. Peterson, alerta que o ciclo vicioso de dívida e juros “reduz o investimento privado e suga recursos do orçamento que poderiam ir para outras áreas”.
A velocidade da escalada impressiona. Os EUA chegaram aos US$ 34 trilhões em janeiro de 2024, bateram 35 em julho, 36 em novembro e agora 37 em agosto.
O Comitê Econômico Conjunto projeta que o próximo trilhão virá em cerca de 173 dias.
Especialistas vêm tentando chamar a atenção para o problema. Maya MacGuineas, do Comitê por um Orçamento Federal Responsável, disse esperar que esse número “seja o suficiente para acordar os formuladores de política”.
Wendy Edelberg, da Brookings Institution, também aponta o papel do Congresso, lembrando que as regras fiscais atuais devem gerar mais empréstimos em 2026 e 2027, sem perspectiva de mudança de rota.
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