Chainlink pode ser o próximo Ethereum deste ciclo?

Chainlink pode ser o próximo Ethereum deste ciclo
Imagem destaque: Pexels

Um gráfico publicado pelo perfil @Web3Marmot na rede social X chamou minha atenção. De um lado, o Ethereum (ETH) entre 2018 e 2020. Do outro, a Chainlink (LINK) desde 2022. 

A semelhança entre os dois gráficos é difícil de ignorar. Dá até aquela sensação de déjà vu. Mas será que a LINK está prestes a seguir o mesmo caminho que o ETH percorreu antes de engatar sua alta histórica?

O Ethereum passou por uma fase longa de acumulação lateral após a alta de 2017. Durante quase dois anos, o preço ficou “preso” entre os US$ 100 e US$ 350. Foi só no segundo semestre de 2020 que o ETH conseguiu romper essa estrutura e iniciar a escalada rumo aos US$ 4.800.

A Chainlink vive algo parecido. Depois de atingir o topo em 2021, caiu para a região de US$ 5. Assim como o Ethereum no passado, a altcoin testou diversas vezes a mesma zona de preço, formando um padrão de fundo arredondado e resistência horizontal que, se rompido com força, pode abrir caminho para uma nova tendência de alta.

Mas existe uma diferença importante entre os dois momentos. O Ethereum de 2020 estava imerso em um contexto altamente favorável. O mercado DeFi explodia em inovação, o ETH 2.0 ganhava tração e a própria rede se consolidava como infraestrutura padrão para dApps, stablecoins e tokens.

O Ethereum era a espinha dorsal da nova economia cripto. E isso apareceu diretamente na valorização do token.

E hoje? A LINK tem hoje os mesmos gatilhos que o ETH tinha em 2020?

Essa é a pergunta que tento responder a partir de agora. Quais são os fundamentos atuais da Chainlink, o que pode impulsionar seu preço e o que ainda falta para ela deixar de ser só uma promessa?

Começando pelo graficos

No gráfico semanal, a comparação entre Ethereum e Chainlink continua chamando atenção.

Entre 2021 e 2022 o ETH fez topo duplo na região dos US$ 4.800. Depois veio uma forte  correção, que levou o preço para perto dos US$ 900. A partir de então, a criptomoeda passou a formar topos e fundos ascendentes, ensaiando uma recuperação que hoje já beira os níveis históricos de preço.

A LINK também marcou topo em 2021, na faixa dos US$ 52 a US$ 53 dólares. Despencou até os US$ 5 dólares e passou boa parte dos últimos dois anos em consolidação lateral. Mas agora o padrão começa a mudar. 

A zona entre US$ 20 e US$ 25 dólares, que servia como teto, foi rompida, lembrando bastante o ETH no início de 2020, quando a estrutura de acumulação ficou para trás e o preço voltou a respirar.

E se a LINK repetir o movimento do ETH?

Se a Chainlink seguir uma trajetória parecida com a do Ethereum, alguns alvos técnicos podem ser projetados com base nessa simetria de ciclos.

Curto prazo (3 a 6 meses)

  • US$ 32 a US$ 35, região que já serviu como topo secundário em 2021
  • US$ 42 a US$ 45, zona de liquidez antes do grande colapso

Médio prazo (6 a 12 meses)

Se repetir a multiplicação que o ETH fez ao sair da consolidação, o LINK pode saltar da região dos US$ 25 para algo entre US$ 90 e US$ 100 

Um cenário mais otimista colocaria o ativo entre US$ 120 e US$ 150, replicando a proporção do ciclo anterior.

E se der errado?

Apesar da simetria com o Ethereum ser empolgante, o mercado não anda só com análise gráfica. E nem toda acumulação termina em alta.

A Chainlink ainda depende de uma série de validações para sustentar um novo ciclo de touros. O rompimento da faixa dos US$ 25 ainda precisa de confirmação com volume real e continuação acima dos US$ 28 e US$ 30 para afastar o risco de armadilha.

Se o movimento perder força, o preço pode voltar para testar suportes anteriores. Os principais:

  • US$ 20: antiga resistência, agora pode servir como suporte psicológico
  • US$ 16 a 17: região onde o preço parou várias vezes entre 2023 e 2024
  • US$ 12: fundo local de outubro de 2023
  • US$ 6 a 7: último suporte do ciclo anterior e onde a LINK passou quase um ano estagnada

Perder os US$ 20 já seria um sinal de que o mercado não está pronto. Perder os US$ 16 pode abrir caminho para uma correção maior. Ainda não é o caso, mas o gráfico semanal exige cautela. Um rompimento falso pode ser seguido de liquidez drenada e lateralização por mais meses.

O mercado está otimista. Mas nem sempre otimismo basta.

O que está por trás da alta?

O movimento de alta do oracle descentralizado não veio do nada. Um dos destaques da altcoin foi a criação da Chainlink Reserve, tesouraria automatizada que acumula tokens LINK com base em receitas do protocolo. 

O mecanismo usa uma tecnologia chamada Payment Abstraction, que converte pagamentos feitos em stablecoins e ETH diretamente em LINK. Tudo isso de forma automática, com suporte da Uniswap V3.

Essa reserva já ultrapassou US$ 1 milhão em LINK nos primeiros dias e deve continuar crescendo conforme mais contratos, taxas de staking e assinaturas forem redirecionados para esse fundo. A proposta é não tocar nesses tokens por anos, criando uma base sólida de liquidez e, ao mesmo tempo, tirando oferta de circulação.

Além disso, a Chainlink fechou uma parceria com a Intercontinental Exchange (ICE), integrando dados de câmbio e metais preciosos ao seu serviço Data Streams. Isso aproxima ainda mais o protocolo do mercado tradicional, abrindo espaço para aplicações institucionais, ativos tokenizados e produtos financeiros com dados on-chain de alta precisão.

Esse tipo de movimento pode parecer técnico demais à primeira vista, mas tem implicações reais. Com mais fontes de receita, maior previsibilidade de fluxo e integração com bancos e grandes players, a Chainlink sai da posição de projeto promissor e começa a construir algo mais próximo de uma infraestrutura séria para o novo sistema financeiro digital.

A soma disso tudo é uma narrativa que começa a ganhar peso. E, se o mercado abraçar essa narrativa, o gráfico que parecia só um déjà vu pode muito bem se transformar em repetição.

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