Enquanto rolava minha timeline na rede social X, um gráfico me chamou atenção. Era do @leshka_eth, comparando o BTC de 2025 com o ciclo de 2020. A frase era de seu post era: “Compre agora, venda em novembro, me agradeça depois”.
Como não ignorar um post desses em pleno agosto? Fui entender o que ele quis dizer.
📊 A tese por trás do gráfico
No lado esquerdo, @leshka_eth mostra a movimentação atual do BTC. No direito, a curva histórica de 2020 que levou o preço de US$ 10 mil para US$ 60 mil em poucos meses.
O ponto está no chamado “pivot”, faixa de consolidação acima da média móvel de 50 dias (MA50), que serviu como base para o rompimento em 2020.
Agora, em 2025, o padrão parece se repetir. O BTC está lateralizado acima da mesma média e, se seguir o script do ciclo passado, poderia alcançar entre US$ 300 mil e US$ 350 mil ainda neste ciclo.
Mas antes de você se empolgar, vale puxar o freio de mão e olhar para o mundo real.
Essa frase devia estar em caixa alta nos posts de gente que aposta em ciclos idênticos. Lá em 2020, o Fed estava imprimindo muito dinheiro. Os juros estavam no chão. E o apetite por risco vinha embalado por cheques de estímulo.
Agora a história é outra. Os Estados Unidos ainda lutam contra uma inflação resistente. Enquanto os dados não melhorarem, não tem corte de juros consistente. E, sem juros baixos, o apelo pelo BTC diminui para o grande capital, e isso já pode ser visto nos ETFs spot de bitcoin.
No dia 18 de agosto, os fundos de BTC registraram um saque líquido de US$ 523 milhões, como mostra o gráfico mais do CoinMarketCap. Foi o pior dia em mais de três meses. E o que é pior é que isso acontece em plena narrativa de alta.
Outro fator novo é o ambiente político. O governo Trump voltou e já acenou com medidas protecionistas, aumento de tarifas e incerteza regulatória. Esse tipo de ruído atrapalha o cenário para ativos de risco, que dependem de liberdade de fluxo e confiança em instituições.
Mas será que a frase “compre em agosto e venda em novembro” faz realmente sentido?
Essa ideia vem de uma leitura clássica dos ciclos do bitcoin após o halving. Agosto costuma marcar o fim da fase de acumulação, aquele período mais estável que aparece logo depois da redução nas recompensas de mineração. É quando o preço se acomoda, testa suportes e, em ciclos passados, ganhou fôlego antes das altas mais fortes.
Se o ciclo seguir o ritmo dos anteriores, novembro tende a ser o mês de maior aceleração. Em 2013, 2017 e 2020, os maiores topos aconteceram justamente entre novembro e dezembro. Esse período coincide com a janela de 200 a 250 dias depois do halving, que costuma ser o ponto de maior aceleração no ciclo.
O mercado, claro, não segue um cronograma exato. Ainda assim, quando a média de 50 dias segura o preço e o RSI desenha um fundo parecido com ciclos anteriores, muitos traders encaram isso como um possível sinal de entrada.
Se o ciclo repetir o comportamento dos anteriores, novembro ainda pode ser um mês de aceleração, mesmo fora da janela clássica de 200 a 250 dias após o halving. A diferença é que, desta vez, o mercado parece ter estendido a fase de consolidação. Em vez de um rali imediato, o preço passou mais tempo andando de lado, o que pode ter empurrado o ciclo para frente. Se for isso, o atraso na alta não anula o movimento, só muda o seu timing.
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