Ethereum lança nova fase de segurança para carteiras cripto, com foco em clareza, proteção e padronização. Entenda os próximos passos.
A Ethereum Foundation lançou a próxima fase da Trillion Dollar Security, iniciativa focada em melhorar a segurança do universo blockchain. O novo esforço tem o intuito de resolver os problemas mais urgentes de experiência do usuário em carteiras cripto.
A fundação quer criar um padrão mínimo de segurança para carteiras, combater o blind signing e ajudar desenvolvedores a evitar bugs que expõem contratos inteligentes a riscos sérios.
Se você ainda não está familiarizado com esse termo, blind signing é quando o investidor cripto precisa assinar uma transação sem saber exatamente o que ela faz.
Em vez de uma explicação clara como “enviar 50 DAI para Maria”, aparece apenas um código cheio de números e letras, o que abre espaço para erros e golpes, porque quem assina não tem como saber se está transferindo um token ou entregando acesso à sua carteira.
Por isso, um dos focos desta nova fase é justamente avançar nessa área. A Ethereum Foundation está concentrando esforços em facilitar o desenvolvimento de carteiras capazes de mostrar com clareza o que cada transação fará antes da assinatura.
Em vez de exibir apenas uma sequência de códigos, a ideia é traduzir o conteúdo em algo legível como “você vai transferir 1.000 tokens ABC para o endereço 0x123”.
Para isso funcionar bem, as carteiras precisam consultar bancos de dados com contratos inteligentes verificados. O obstáculo é que muitas dessas bases são fechadas e exigem licenças caras. A Ethereum Foundation deseja mudar esse cenário apoiando iniciativas abertas, como o Verifier Alliance (VERA), que já catalogou mais de 8 milhões de contratos.
📱 Carteiras seguras para todos
Tudo começa com uma premissa simples. Se a carteira não for segura, o Ethereum (ETH) também não é. Por isso, a proposta é estabelecer um padrão de segurança que diga, de forma clara, quais carteiras estão preparadas para proteger o usuário comum.
Esse padrão vai exigir medidas como transações mais transparentes, interfaces que dificultem o comprometimento da chave privada e regras claras sobre como a carteira lida com permissões e aprovações. A expectativa é que isso ajude tanto o investidor a escolher melhor quanto os times de carteiras a focarem nos recursos certos.
Uma das iniciativas apoiadas pela fundação é a Walletbeat, que vai auxiliar a avaliar carteiras com base nesse padrão e tornar essas informações acessíveis a todos.
🧪 Transações simuladas antes de assinar
Outro ponto forte da proposta são simulações em tempo real. As carteiras podem executar uma transação em um ambiente de teste e mostrar o resultado antes da assinatura. Assim, o utilizador vê mensagens como “você vai enviar 1 ETH para Y e receber 1 NFT da coleção Z”.
A proposta é tornar essas funções mais acessíveis e confiáveis para todas as carteiras. Além disso, estão em andamento testes com novos recursos no próprio protocolo Ethereum, como comandos optativos que permitam simulações padronizadas antes da assinatura de uma transferência.
🧰 Ferramentas para evitar contratos bugados
Outro esforço anunciado é a criação de uma base pública de vulnerabilidades em contratos inteligentes. A ideia é integrar essa base a ferramentas de desenvolvedor, como editores de código e IDEs. Assim, antes de publicar um contrato na rede, o desenvolvedor poderia verificar se o código repete erros já conhecidos.
A Ethereum Foundation pretende coordenar esse trabalho em parceria com plataformas de auditoria, hackers éticos e empresas do meio cripto. Depois, a meta é convencer desenvolvedores a usarem a base como parte do seu fluxo de trabalho.
🧑💻 Precisamos de carteiras para pessoas comuns
A pesquisa feita pela fundação mostrou que a maioria das carteiras é pensada para quem já entende do assunto. Mas o público global precisa de algo mais simples. Uma carteira segura, com funções básicas como transferir dinheiro para amigos sem digitar endereços complicados, pagar por serviços e conseguir recuperar a conta com facilidade.
A fundação quer incentivar o desenvolvimento de carteiras assim. E também soluções para empresas, com foco em privacidade, resistência à censura e gestão de chaves com regras de compliance.
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