O Federal Reserve (Fed) anuncia hoje (17) às 15h, no horário de Brasília, a decisão mais aguardada dos últimos meses. A expectativa dominante entre analistas é de um corte de 0,25 ponto percentual nos juros, o primeiro desde 2024.
Esse corte, já considerado praticamente certo por 96% dos operadores segundo o CME Group, é visto como resposta à desaceleração do mercado de trabalho e aos efeitos das tarifas impostas pelo governo Trump.
Nesse sentido, o foco agora vai além da taxa em si. O que o mercado quer saber é o que o Fed projeta para os próximos meses.
📉 O que mudou desde a última reunião
O sinal mais claro de mudança veio em agosto, quando Jerome Powell, presidente do Fed, disse que o equilíbrio dos riscos poderia justificar um ajuste na política monetária. Desde então, os dados só reforçaram essa visão.
O índice PCE, indicador preferido do Fed para medir a inflação, subiu 0,2% em julho, abaixo do mês anterior e dentro das expectativas.
Outros dados também mostraram um mercado de trabalho mais fraco. O Payroll surpreendeu negativamente, pedidos de auxílio-desemprego aumentaram e o CPI mostrou desaceleração do consumo.
Com esse pano de fundo, analistas esperam não só um corte hoje, mas também novas reduções nos encontros de outubro e dezembro. Os bancos Citi e Nomura projetam cortes adicionais em reuniões específicas, começando em setembro e se estendendo para dezembro e março, mas sem consenso de que todas as próximas reuniões trarão cortes.
📊 Discurso e projeções devem pesar mais que a taxa
O mercado está de olho também na atualização das projeções econômicas e no famoso “dot plot”, gráfico que mostra onde os membros do Fed acham que os juros estarão nos próximos anos.
A novidade desta reunião é que o gráfico terá estimativas até o fim de 2028, abrangendo todo o mandato de Trump.
Em junho, o Fed já havia elevado suas projeções para a inflação em função das tarifas. Agora, com os efeitos do tarifaço mais visíveis, o mercado vai observar se os membros vão manter uma postura conservadora ou indicar um caminho mais suave de cortes.
📈 Reações antecipadas no mercado
Com o corte já precificado, o Ibovespa e os índices de Wall Street dispararam nos últimos dias. O S&P 500, o Dow Jones e o Nasdaq renovaram máximas. Enquanto isso, o bitcoin (BTC) subiu 5% na semana anterior ao anúncio do Fed, chegando perto de US$ 116.000.
No Brasil, o Ibovespa chegou aos 144 mil pontos, puxado pelo otimismo externo.
Por aqui, o Banco Central decide a Selic no fim da tarde e deve mantê-la em 15%. Segundo o Boletim Focus, não há expectativa de cortes neste ano, mas uma redução está no radar para 2026.
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