A alta do bitcoin (BTC) ganhou novo fôlego neste início de outubro. A criptomoeda quebrou a barreira entre US$ 114 mil e US$ 117 mil, uma das zonas de oferta mais relevantes do ciclo, e alcançou o recorde histórico de US$ 126 mil. O movimento foi apoiado por fortes entradas em ETFs spot e pela retomada da acumulação entre pequenos e médios investidores.
📊 Glassnode analisa os bastidores da alta
O relatório mais recente da Glassnode, assinado por Chris Beamish (CryptoVizArt) e Antoine Colpaert, aponta que 97% do fornecimento de bitcoin está em lucro, nível que costuma preceder fases de realização parcial ou consolidação. No entanto, a pressão de venda ainda é limitada, com lucros sendo realizados de forma moderada, sem grandes ondas de distribuição.
Outro ponto importante é que a antiga zona de resistência em US$ 117 mil passou a funcionar como suporte. Essa faixa concentra 190 mil BTC adquiridos, o que pode oferecer sustentação em eventuais correções. Pequenos e médios holders continuam acumulando, enquanto a atividade dos grandes investidores se estabilizou.
📈 ETF puxa o preço, mas futuros mostram sinais de estresse
A demanda institucional foi determinante para o rali. Em apenas uma semana, entraram mais de US$ 2,2 bilhões em ETFs spot de Bitcoin nos EUA, uma das maiores marcas desde abril.

O movimento absorveu grande parte da oferta spot e elevou os volumes de negociação para o maior nível dos últimos seis meses.

Por outro lado, esse crescimento de demanda atraiu investidores alavancados. O interesse aberto nos futuros atingiu novos recordes, mostrando entrada massiva de posições compradas. Como resultado, as taxas de financiamento saltaram para mais de 8% ao ano, apontando um aumento no risco especulativo.
Essas fases de alavancagem costumam ser seguidas por realizações ou ajustes rápidos no mercado, quando liquidações forçadas ajudam a limpar o excesso de otimismo.
🧠 Mercado de opções mostra euforia e aperto de volatilidade
No segmento de derivativos, o mercado de opções passou por uma virada. O viés de baixa que dominava as posições nas últimas semanas foi substituído por um apetite por calls, gerando uma compressão na volatilidade implícita das opções de venda. Em poucos dias, o “skew” passou de 18 pontos pró-put para quase neutro.
A demanda por proteção de alta fez as volatilidades de curto prazo dispararem, sobretudo nas opções com vencimento até o fim de outubro. Esse movimento se acentuou com traders buscando exposição tática ao “Uptober”, narrativa que associa outubro a ciclos positivos do bitcoin.
Com o aumento das apostas em alta, os prêmios de calls se tornaram mais caros, reduzindo o custo-benefício para novas posições compradas em volatilidade.
O cenário atual mistura confiança estrutural com alerta tático. Por um lado, a acumulação por holders e o fluxo institucional oferecem suporte à tese de continuação da alta. Por outro, o acúmulo de alavancagem e a concentração nas opções elevam o risco de movimentos bruscos caso o preço não siga a trajetória desejada pelos traders.

O gráfico semanal do BTC confirma os pontos destacados pela análise da Glassnode. O rompimento da faixa entre US$ 114 mil e US$ 117 mil transformou uma antiga zona de resistência em suporte, e o preço agora trabalha próximo do topo histórico em torno de 126 mil dólares. O movimento veio acompanhado de volume, o que reforça a força compradora e valida a continuidade da tendência de alta.
Os indicadores técnicos também seguem em linha com esse cenário. O RSI aparece em 64, uma faixa saudável que indica força sem entrar em sobrecompra, enquanto o MACD mostra sinais de cruzamento positivo, sugerindo fôlego adicional no curto prazo.
Essa combinação aponta para um mercado aquecido, mas ainda dentro de parâmetros consistentes com uma fase de price discovery, em sintonia com o otimismo cauteloso descrito na análise.
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