O governo dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira (14) a maior tentativa de confisco de criptomoedas da história do país. As autoridades querem tomar posse de 127 mil bitcoins, hoje avaliados em US$ 15 bilhões.
Os BTCs estavam sob controle de um conglomerado empresarial sediado no Camboja, acusado de explorar pessoas em esquema de trabalho forçado para aplicar golpes com criptomoedas.
O principal investigado é Chen Zhi, também conhecido como Vincent. Ele é fundador e presidente do Prince Holding, grupo com dezenas de empresas em 30 países.
Segundo o Departamento de Justiça, Chen comandava centros de trabalho forçado onde vítimas traficadas eram obrigadas a aplicar golpes online conhecidos como “matança de porcos”, prática baseada em enganar emocionalmente investidores para roubar suas criptos.
📉 Golpes eram executados em escala industrial
As vítimas eram abordadas por aplicativos de mensagens ou redes sociais. Após ganhar confiança, os golpistas sugeriam investimentos fraudulentos.
Os depósitos eram desviados e usados para alimentar uma rede complexa de lavagem de dinheiro e mineração de criptomoedas.
O grupo chegou a manter call centers com milhares de celulares operando sem parar em grandes alojamentos cercados por muros e arame farpado.
As vítimas que se recusavam a cooperar sofriam ameaças e violência. Imagens encontradas mostram pessoas espancadas e documentos internos destacaram ordens diretas para punir trabalhadores que causavam problemas.
Chen mantinha registros detalhados dos lucros, dos golpes realizados em cada sala e até dos métodos usados para aplicar as fraudes.
🧠 Lavagem de dinheiro usava rede global de empresas
O grupo usava técnicas avançadas para dificultar o rastreamento dos fundos. Parte do dinheiro era pulverizada entre centenas de carteiras digitais antes de ser consolidada novamente.
Algumas dessas carteiras estavam em nome de empresas legais, outras em nome de laranjas.
Chen controlava pessoalmente os acessos a carteiras não custodiadas que agora estão sob controle do governo dos EUA.
O dinheiro roubado foi usado para comprar imóveis, obras de arte, jatos privados, joias e outros bens de luxo.
Entre as aquisições está um quadro de Picasso comprado em um leilão em Nova York.
🚨 Esquema de corrupção e proteção política
Para manter o esquema funcionando, os executivos do grupo usavam sua influência para evitar investigações em diversos países.
Subornos foram pagos a autoridades locais e, em paralelo, o grupo estruturou uma rede própria de lavagem com empresas de fachada em setores como apostas online.
A rede operava com apoio de cúmplices também nos Estados Unidos. Um dos núcleos funcionava no Brooklyn, em Nova York, e ajudou a desviar milhões de dólares de mais de 250 vítimas estadunidenses.
O Departamento do Tesouro dos EUA classificou o Prince Group como organização criminosa transnacional. O Reino Unido também aplicou sanções aos envolvidos.
Chen Zhi está foragido. Se condenado, pode pegar até 40 anos de prisão.
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