Donald Trump voltou a endurecer o tom contra a China ao acusar o país asiático de sabotar intencionalmente os produtores de soja dos Estados Unidos.
Em postagem em sua rede social, o presidente dos EUA disse estar avaliando o rompimento de relações comerciais com a China em relação ao óleo de cozinha e outros produtos.
Segundo Trump, Pequim estaria se recusando deliberadamente a comprar soja estadunidense, o que ele classificou como um “ato economicamente hostil”.
Os dados oficiais confirmam que o país, maior comprador global da commodity, não adquiriu nenhum lote da safra mais recente dos EUA.
Em 2024, a China havia sido responsável por metade das exportações estadunidenses de soja, movimentando US$ 12,5 bilhões.
Na tentativa de responder à pressão do setor agrícola, base tradicional do trumpismo, o político prometeu ações duras e citou o óleo de cozinha como exemplo.
“Nós podemos facilmente produzir nosso próprio óleo de cozinha. Não precisamos comprá-lo da China”, afirmou.
📦 Impacto deve ser limitado
Especialistas ouvidos pela Reuters afirmam que a ameaça tem mais peso político do que econômico. O mercado de óleo de cozinha usado, importado para ser convertido em biocombustível, representa uma fração do comércio entre os dois países.
Após uma alta em 2023, essas importações caíram 65% este ano, reflexo de cortes nos subsídios chineses e das tarifas dos EUA.
Hoje, o principal destino das exportações chinesas de óleo usado são para Singapura, Holanda e Espanha. Sendo assim, a medida teria impacto mínimo e serve principalmente como sinal político de endurecimento às vésperas de uma possível reunião entre Trump e o presidente Xi Jinping.
🌱 China busca fornecedores alternativos
A redução nas compras de soja não é um movimento isolado. A China vem priorizando Brasil e Argentina, considerados mais baratos e menos suscetíveis a disputas geopolíticas. A mudança já custou bilhões aos agricultores dos EUA, com perdas que podem ser irreversíveis.
A Farm Aid, entidade de apoio a produtores rurais, afirmou que muitos agricultores enfrentam prejuízos severos e temem não conseguir recuperar os mercados perdidos. A escalada de tarifas é apontada como um dos principais fatores dessa perda de competitividade.
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