Tesla está prestes a encarar um dos momentos mais delicados de sua história. Com uma votação marcada para o dia 6 de novembro, os acionistas decidirão se aprovam ou não o pacote de remuneração de Elon Musk avaliado em US$ 1 trilhão. Caso a proposta seja rejeitada, o próprio Musk ameaça abandonar o cargo, e a empresa já admite ter um plano alternativo para substituí-lo.
Robyn Denholm, presidente do conselho da Tesla, afirmou que a empresa tem uma “bancada interna forte” e está preparada para seguir adiante com um novo nome. O principal cotado é Tom Zhu, atual responsável pela produção global e operações na China. Ainda assim, a executiva disse que também não descarta opções externas.
🧩 Votação pode redefinir os rumos da empresa
O novo pacote garantiria a Musk 25% de participação na empresa, desde que atinja metas de valorização e crescimento nas áreas de carros elétricos, robótica e robotáxis. O próprio Musk já demonstrou desconforto com a ideia de seguir liderando a Tesla sem um maior controle acionário.
Durante a última teleconferência de resultados, o bilionário insinuou que poderia se afastar caso o plano seja rejeitado. Assim, passaria a concentrar seus esforços na SpaceX, xAI e Neuralink.
A Tesla tem feito campanha para convencer investidores a votar a favor. Os representantes James Murdoch e Jack Hartung se reuniram com os fundos Vanguard, BlackRock e State Street.
Mas os principais conselheiros de voto, ISS e Glass Lewis, já recomendaram a rejeição, alegando que o plano é excessivo. A esperança da empresa está nos acionistas de varejo, que controlam 30% das ações.
Na tentativa de atrair atenção e mostrar o que está em jogo, a Tesla colocou seu robô humanoide Optimus na frente da Nasdaq, em Nova York, nesta semana. O robô distribuiu balas com a marca da empresa e tirou fotos com pedestres.
Robyn Denholm reforçou que a Tesla já vinha preparando o terreno para esse tipo de cenário. Inclusive, Tom Zhu vem sendo testado em diferentes áreas da empresa para garantir que, caso necessário, a transição ocorra de forma organizada. Ela não descartou a possibilidade de uma liderança compartilhada, algo que abriria espaço para uma nova dinâmica na gestão da montadora.
📊 Quais são as metas do plano trilionário?
O pagamento de até US$ 1 trilhão para Musk depende do cumprimento de metas que vão muito além do que a Tesla já alcançou até hoje.
Para liberar o valor total, a empresa teria que atingir uma capitalização de mercado de US$ 8,5 trilhões. Com isso, Musk passaria a ter até 29% de participação na companhia, o que, nesse cenário, valeria pouco mais de US$ 1 trilhão.
As metas operacionais também são ousadas. O plano prevê:
- Entrega de 20 milhões de veículos Tesla
- Fabricação de 1 milhão de robôs humanoides
- Ativação comercial de 1 milhão de robotáxis
- Conquista de 10 milhões de assinantes para o sistema de direção autônoma
- Geração de US$ 400 bilhões em EBITDA ajustado
Para comparação, em 2024 a Tesla teve um EBITDA de US$ 16,6 bilhões. Ou seja, teria que multiplicar esse número por 24 para atingir a meta mais difícil do pacote.
Segundo o próprio documento enviado aos acionistas, Musk teria que levar a Tesla a um valor de mercado 36 vezes maior que o da GM, 4 vezes o da JPMorgan Chase e 2 vezes o da Nvidia para conquistar todas as tranches do prêmio.
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