O bitcoin (BTC) teve uma das piores quedas de 2025 entre terça e quarta-feira, com o preço despencando de US$ 107 mil para menos de US$ 99 mil em poucas horas. O movimento assustou até quem está acostumado à volatilidade, com um recuo diário que só perde para o tombo de março. Mesmo com a recuperação parcial nas últimas horas, o cenário continua incerto.
No gráfico de 24 horas, o BTC chegou a tocar US$ 98.962,06 antes de voltar para acima de US$ 100 mil. O suporte segurou por pouco, mas o volume segue fraco e a resistência agora se forma na faixa dos US$ 104 mil.
📉 Pressão externa e liquidações internas
Parte da explicação está fora do universo cripto. O índice do dólar americano (DXY) subiu com força, atingindo o maior patamar desde julho. A valorização do dólar afugenta o apetite por risco e pressiona ativos como o BTC.
Além disso, o mercado ainda digere a aversão gerada pela possível manutenção dos juros nos EUA por mais tempo, o que atrai capital de volta para os títulos públicos americanos.
Dentro do ecossistema, as liquidações em cascata reforçaram a queda.

O gráfico da CoinGlass mostra um padrão clássico de compressão, quando o preço do bitcoin fica “preso” entre duas faixas com grande volume de ordens. De um lado, há suporte visível entre US$ 97.500 e US$ 99.000, com muita liquidação de shorts. Do outro, resistência entre US$ 101.700 e US$ 105.000, onde se acumulam ordens de venda e alavancagem de longs.
Esse tipo de formação geralmente precede um rompimento forte. Quando o mercado trava entre forças opostas, o rompimento desequilibra o jogo e puxa liquidez com força para um dos lados, gerando efeito cascata. Um detalhe importante: normalmente o preço vai “caçar” liquidez. Se houver mais liquidez acima, tende a buscar essa região primeiro (e vice-versa).
🧠 Arthur Hayes aponta caminhos para a dor
No texto “Hallelujah”, Arthur Hayes vai além da análise de curto prazo e argumenta que o mercado cripto só verá uma alta estrutural quando o Fed for forçado a afrouxar a política monetária. Segundo o ex-CEO da BitMEX, a economia global está travada entre a escassez de liquidez e o medo de inflação, o que mantém o BTC em uma zona de turbulência.
Hayes acredita que o bitcoin pode ser um dos principais beneficiários do próximo ciclo de estímulos, mas até lá os investidores terão que lidar com um cenário instável. O empresário compara o momento atual a uma “punição necessária” para os especuladores e reforça que o pânico abre espaço para quem tem visão de longo prazo.
🔎 Resistência imediata está na faixa dos US$ 104 mil
Com o suporte dos US$ 99 mil testado, os próximos dias devem mostrar se o mercado tem força para buscar os US$ 104 mil ou se um novo recuo vem aí.

O sentimento de mercado continua deteriorado. O índice de medo e ganância caiu para 20 nesta quarta-feira, marcando um dos níveis mais baixos desde março.
Assim, até que um novo catalisador surja, o bitcoin parece condenado a andar na corda bamba entre a pressão macroeconômica e a escassez de liquidez no mercado cripto.
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