O Cazaquistão anunciou a criação de um fundo nacional de reserva com foco em criptoativos, que pode receber até US$ 1 bilhão em aportes. A proposta é centralizada no Banco Nacional.
O fundo será alimentado por ativos digitais apreendidos em operações contra crimes financeiros e por receita gerada por operações estatais de mineração.
Timur Suleimenov, presidente do Banco Nacional, explicou que a decisão segue um modelo institucionalizado, com regras rígidas de transparência, gestão de risco e auditoria.
O país busca criar uma estrutura sólida e tecnicamente segura, que permita armazenar e movimentar ativos digitais com controle estatal e sem exposição direta aos contribuintes.
Além do fundo, o governo anunciou um projeto piloto chamado CryptoCity, onde moradores poderão pagar por bens e serviços com criptomoedas. A ideia é tornar o país um polo regional de inovação, com políticas públicas que apoiem o uso prático dos ativos digitais.
⚙️ Mineração regulada e fechamento de plataformas ilegais
O Cazaquistão já tem histórico no meio cripto. Em 2021, por exemplo, foi o segundo país no mundo em poder computacional usado para mineração de Bitcoin, aproveitando excedentes energéticos herdados do período soviético.
Mas o crescimento descontrolado causou apagões e levou o governo a cortar o fornecimento elétrico para mineradoras privadas. A partir daí, o país passou a implementar reformas regulatórias que hoje sustentam a proposta da reserva estatal.
A mineração agora é permitida, mas 75% dos ativos devem ser vendidos por meio das bolsas do Centro Financeiro Internacional de Astana.
O setor gerou mais de US$ 1,4 bilhão em receita em 2024 e atraiu US$ 34,6 milhões em tributos nos últimos três anos. Só em 2025, o governo já emitiu 84 licenças e registrou mais de 415 mil dispositivos de mineração.
Enquanto isso, o combate ao mercado ilegal também avança. Autoridades encerraram 36 plataformas não autorizadas, congelaram US$ 4,8 milhões em ativos e bloquearam 3.500 sites de cripto irregulares. Em paralelo, bancos locais impediram 15.800 transações suspeitas no primeiro trimestre de 2025, totalizando mais de US$ 3 milhões.
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