O bitcoin (BTC) vem testando novamente a faixa dos US$ 100 mil em meio a uma sequência de quedas e tentativas de recuperação com pouca força.
Desde a máxima histórica registrada em outubro, a criptomoeda já perdeu mais de 25% de seu preço, e a pressão vendedora segue pressionando os suportes mais sensíveis.
Enquanto uma parte dos analistas enxerga o movimento como correção saudável, outros avaliam que há espaço para quedas ainda mais profundas.
McGlone alerta para queda até US$ 56 mil
O analista Mike McGlone, da Bloomberg Intelligence, afirmou que o bitcoin pode estar prestes a repetir padrões históricos de correção.
Segundo o analista, o retorno à média de 48 meses seria o comportamento mais provável neste ponto do ciclo. Se isso se confirmar, o BTC poderia cair até a região dos US$ 56 mil.
Glassnode vê correção saudável
Na direção oposta, a análise onchain da Glassnode mostra que o índice de perda não realizada está em 3,1% em relação ao valor de mercado.
Níveis abaixo de 5% costumam ser um indicativo de estresse moderado, segundo a plataforma, o que colocaria o movimento atual dentro da normalidade.
A leitura é que o mercado está corrigindo, mas ainda longe do pânico de ciclos anteriores.
Reação precisa vir com volume e consistência
Shawn Young, analista-chefe da MEXC Research, chamou atenção para o fato de que o atual alívio pode ser apenas resultado de fechamento de shorts e fluxo pontual de spot.
O especialista destaca que o mercado ainda não apresenta sinais claros de acúmulo por holders de longo prazo, nem estabilidade nas taxas de financiamento. Sem esses elementos, a recuperação segue técnica e frágil.
Willy Woo aponta melhora na liquidez
O analista Willy Woo adotou um tom mais otimista. Em análise, afirmou que a liquidez do bitcoin começou a se recuperar, e que um movimento de confirmação de preço pode ocorrer nas próximas duas semanas.
Segundo o trader, o percentual de moedas em prejuízo subiu para 28,1% e esse tipo de dado costuma antecipar reversões. Foi assim em abril de 2025 e em setembro de 2024.
Zona de acumulação ou armadilha
Para Jiehan Chen, da Schroders, a região dos US$ 100 mil pode se transformar em área de acumulação para médio prazo, desde que o candle semanal feche acima de US$ 103 mil. Caso contrário, a expectativa é de mais volatilidade e teste da faixa entre US$ 88 e US$ 93 mil.
Já Alex Thorn, da Galaxy Digital, reduziu sua projeção para o fim de 2025. Antes, estimava o BTC em US$ 185 mil. Agora, trabalha com US$ 120 mil como teto provável.
🔍 O que dizem os gráficos de agora
Os dados técnicos confirmam parte das visões apresentadas pelos analistas. A leitura de Ana de Mattos, parceira da exchange de criptomoedas Ripio, mostra uma lateralização de fundo entre US$ 98.944 e US$ 104.600, o que conversa com o comportamento atual do preço. Essa análise está alinhada com a visão da Glassnode e de Chen, que veem um possível acúmulo de fundo.

O gráfico diário mostra queda forte com absorção, mas ainda sem retomada clara. No semanal, o candle negativo com alto volume reforça a pressão. A leitura também vai ao encontro da análise de McGlone, que aponta que a perda dos suportes atuais pode abrir espaço para quedas mais severas.
Os próximos dias devem confirmar qual dessas leituras vai prevalecer. O fechamento semanal acima de US$ 103 mil pode aliviar a pressão, enquanto um rompimento limpo para baixo colocaria os US$ 95 mil como alvo imediato.
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