O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está reorganizando o tabuleiro republicano, pressionando aliados e tentando consolidar uma mensagem econômica que recupere votos antes do auge da corrida eleitoral de meio de mandato.
A reaproximação com o tema dos cortes de impostos aparece nesse pacote. É a aposta que Trump quer transformar em vitrine para convencer o eleitorado de que o retorno financeiro virá já na próxima temporada de declarações fiscais, mesmo com a inflação ainda pesando no bolso de milhões de estadunidenses.
👁️ Um presidente que entrou cedo demais na arena
Fontes que acompanham o planejamento republicano afirmam que Trump começou a interferir na estratégia ainda no verão dos EUA. O político telefonou para deputados que cogitavam disputar governos estaduais ou tentar vagas no Senado e pediu que abandonassem esses planos para não abrir disputas internas em um momento considerado delicado para o partido.
A decisão veio depois das eleições locais de quatro de novembro. As pesquisas de boca de urna mostraram que a população responsabilizou candidatos republicanos pelo avanço da inflação. Trump não gostou nada da leitura e, em reuniões fechadas, cobrou da própria equipe uma reação mais direta sobre o tema da vida cotidiana, pois ele havia prometido reduzir o custo de itens básicos quando retornou à Casa Branca.
💵 De olho no bolso do eleitor
A Casa Branca defende que a agenda econômica do governo está focada na ideia de aliviar despesas, mesmo com críticas que relacionam a alta dos preços aos novos encargos sobre importação criados pelo próprio Trump. Nas últimas semanas, o bilionário retirou tarifas sobre carne, café e algumas frutas para tentar demonstrar preocupação com o custo da alimentação.
A aposta está na campanha pelos cortes de impostos aprovados em julho pelo Congresso. O governo quer que candidatos republicanos repitam a mensagem de que as famílias vão perceber o efeito no próximo preenchimento de declaração, o que elevaria o valor das restituições. O pacote também torna permanentes benefícios criados no início da primeira gestão de Trump.
Pesquisadores da Tax Foundation estimam que o corte médio para cada contribuinte ficará em US$ 3.752 no ano de 2026. Mesmo assim, especialistas independentes lembram que a sensação de alívio pode não ser suficiente se os preços continuarem sofrendo pressão nos próximos meses.
📉 Aprovação em queda e estrutura interna sob pressão
Trump enfrenta um momento delicado. Sua aprovação está em 38%, segundo pesquisa Reuters/Ipsos. É o pior índice deste ano e abre espaço para receios dentro do próprio partido. A avaliação negativa aumentou em função da percepção de que a economia não reage na velocidade esperada.
A turbulência ficou ainda mais evidente quando ele recuou da oposição à liberação de arquivos do Departamento de Justiça ligados a Jeffrey Epstein. O recuo veio após forte pressão de parlamentares republicanos, demonstrando que a autoridade de Trump sobre a bancada não é absoluta.
Leia também:
Trump promete cortar tarifa e pode beneficiar café do Brasil
Senado dos EUA aprova texto para reabrir governo
Professora baleada por aluno de 6 anos será indenizada em US$ 10 milhões
Fique por dentro das notícias mais quentes do mundo: entre no nosso canal no WhatsApp.
