O filme “A Substância”: uma crítica ao uso de Ozempic?

Filme "A Substância"

O filme A Substância, que pertence à categoria de “body horror”, foi descrito como um dos filmes mais perturbadores do ano, fazendo uma dura crítica à indústria da moda e à objetificação das mulheres. No filme, a atriz principal dá espaço para sua “melhor versão” através de uma substância enigmática, já que, ao completar 50 anos, foi descartada do seu programa de televisão, deixando claro que o protagonismo deve ser reservado apenas para a juventude. Mas o preço que ela pagou foi alto demais, com inúmeros efeitos colaterais, até se tornar irreconhecível.

A indústria da moda, além de ser uma das que mais produz lixo no planeta, também dita as regras dos padrões de beleza e dos corpos que devem ser cultuados. Mulheres lutam para perder quilos e passam por processos de beleza altamente dolorosos para alcançar o padrão ideal de aparência. Neste artigo, vamos abordar esse tema e entender se há uma relação com o filme A Substância e se ele, de fato, previu o Ozempic, a caneta do emagrecimento.

Cena do filme “A substância”

Mas qual o papel da Ozempic? A caneta do emagrecimento?

O filme A Substância realmente previu o Ozempic, a caneta do emagrecimento? Sabemos que todos os filmes, baseados ou não em fatos reais, costumam exagerar um pouco nos acontecimentos. No entanto, ele representa uma metáfora da realidade: o quão longe iremos pelo padrão ideal? Falando nisso, o Ozempic é utilizado para o tratamento de diabetes tipo 2, é administrado por meio de uma caneta injetável e age diminuindo o nível de glicose no sangue. Quem o utiliza sente menos fome e, por consequência da redução na alimentação, emagrece.

Muitas pessoas conseguiram reverter a situação tomando essa substância, e os relatos são extremamente animadores. Além disso, pessoas com problemas de obesidade e cardíacos também tiveram sucesso ao administrar o Ozempic. Outro fator que está sendo observado são relatos de pacientes com vícios em álcool ou substâncias mais pesadas que, após o início do tratamento com o Ozempic, melhoraram a qualidade de vida. No entanto, este último carece de evidências científicas.

Observando seu efeito colateral mais desejável, que é o emagrecimento, várias pessoas estão aderindo ao Ozempic como uma forma de acelerar esse processo, sem indicação médica. O problema do Ozempic é que, ao ser utilizado sem um acompanhamento médico adequado, pode trazer inúmeros efeitos colaterais já previstos para quem o utiliza com receita médica, mas que podem se agravar para aqueles que tomam o remédio por conta própria, principalmente porque o acompanhamento médico nesses casos é inexistente. Os sintomas vão desde enjoo e náuseas até o aumento do volume do intestino delgado, causando, consequentemente, a obstrução do órgão.

Vale lembrar que tomar medicações sem receita pode representar um risco enorme a saúde.

Quais sãos os efeitos colaterais no longo prazo?

A verdade é que não se sabem os efeitos colaterais no longo prazo, por se tratar de um medicamento lançado em 2017, cuja popularização é recente. Um dos efeitos observados é o “rosto de Ozempic”, um efeito colateral que ocorre quando o medicamento provoca uma rápida perda de peso, resultando em mudanças visíveis, como pele flácida, rosto caído e perda de gordura facial.

“Rosto de Ozempic” | Fonte: catuacontece

Voltando ao assunto do filme A Substância, as pessoas devem se perguntar qual é o preço que irão pagar por mudanças tão drásticas em sua aparência, como no caso mencionado anteriormente, apenas para seguir um padrão jovial e estético. Para aqueles que cogitam utilizar o Ozempic, vale lembrar que este medicamento não foi feito para emagrecer, mas sim para tratar uma doença chamada obesidade, entre outras condições citadas em sua bula e por médicos. Vale a pena ponderar os riscos e avaliar se realmente faz sentido, dito que, perseguir um padrão estético imposto pela indústria da moda, não vale a paz de cada indíviduo.

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