O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lançou mais uma medida de pressão contra os países do bloco BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), com a imposição de tarifas de importação.
Trump reafirmou sua postura contra a desdolarização, ameaçando aplicar tarifas de 100% caso as nações não mantenham o dólar como moeda principal nas transações comerciais internacionais.
“A ideia de que os países do BRICS estão tentando se afastar do dólar, enquanto nós assistimos passivamente, acabou”.
O republicano ainda destacou que exigirá um compromisso dos países membros do BRICS, proibindo qualquer tentativa de criar uma nova moeda para o bloco ou adotar outra moeda para substituir o dólar. Caso contrário, as tarifas seriam implementadas, e os países perderiam o acesso ao mercado norte-americano.
Contudo, a ameaça de tarifas de Trump não é exclusiva ao bloco. O bilionário também anunciou uma taxação de 25% sobre as importações do México e do Canadá, com início marcado para 1º de fevereiro.
A justificativa de Trump para essa medida é a presença de imigrantes ilegais atravessando a fronteira com o México e o suposto fluxo de drogas provenientes do Canadá.
Enquanto isso, governos de Ottawa e Cidade do México já começaram a se preparar para retaliar com tarifas próprias, aumentando o risco de uma guerra comercial.
BRICS não é uma ameaça
O BRICS tem se reunido para discutir alternativas ao dólar nas transações internacionais, com novos membros, Egito, Etiópia, Indonésia, Irã e Emirados Árabes Unidos, buscando alternativas para reduzir a dependência da moeda dos EUA.
No entanto, a ideia de criar uma moeda única para o bloco enfrenta desafios devido às grandes diferenças econômicas entre seus membros. Para que isso fosse possível, seria necessário um compromisso com a criação de um banco central comum, o que exigiria a adoção de uma moeda compartilhada e o abandono das moedas nacionais.
Outro fator a ser considerado é o impacto nas economias que ainda dependem do mercado norte-americano. Para exemplificar, em 2022, os Estados Unidos compraram US$ 536,8 bilhões em mercadorias da China.
O BRICS já representa quase metade da população mundial e se posiciona como um contraponto ao grupo das sete economias mais desenvolvidas, o G7.
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