Criptomoedas em queda: como se preparar para mais volatilidade no mercado?

Criptomoedas em queda: como se preparar para mais volatilidade no mercado?
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Começamos mais uma semana com o mercado de criptomoedas indefinido. Bitcoin (BTC) lutando para voltar para US$ 98 mil no momento da escrita do artigo, e o Ethereum (ETH)… bom, esse aí continua naquela tristeza de sempre, o famoso chove e não molha, sendo trocado de mãos a US$ 2.600 enquanto escrevo a matéria.

Infelizmente, para o investidor de criptomoedas que não aguenta mais ouvir “aproveite a queda para comprar”, pois a banca já terminou há muito tempo, Donald Trump anunciou na sexta-feira passada a imposição de novas tarifas comerciais.

Em conversa com o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, o presidente dos Estados Unidos disse que as medidas entrarão em vigor já na próxima semana e “afetarão diversas nações”.

O setor automotivo é um dos principais alvos das novas medidas, com o republicano destacando que as tarifas sobre veículos estão “sempre na mesa” e que sua administração busca corrigir déficits comerciais, sobretudo com a Europa.

E Trump já começou bem a semana, com seu governo anunciando no último domingo (9) uma nova política de tarifas sobre alumínio e aço, com uma taxa de 25% sobre esses materiais.

Os países mais afetados pela nova tarifação são grandes parceiros comerciais dos Estados Unidos: Canadá, Brasil, México, Coreia do Sul, Rússia, Japão, Alemanha, Turquia, Vietnã e Taiwan.

O impacto de guerras tarifárias no mercado de criptomoedas

Na semana passada, já vimos o poder das atitudes tarifárias impostas pelo presidente dos EUA ao Canadá, México e China: uma forte correção no preço do bitcoin, com liquidações que ultrapassaram a marca de US$ 10 bilhões, segundo Ben Zhou, fundador e CEO da Bybit.

Embora os países da América do Norte tenham chegado a um acordo para interromper a guerra tarifária por um mês, a situação com a China é bem diferente. Em resposta às ameaças do governo Trump, Pequim divulgou a aplicação de novas tarifas sobre produtos vindos dos Estados Unidos.

Dessa forma, a partir de hoje, haverá uma sobretaxa de 15% sobre importações de carvão e gás natural liquefeito do país norte-americano. Além disso, as tarifas sobre petróleo bruto, equipamentos agrícolas e alguns modelos de veículos fabricados nos EUA serão elevadas em 10%.

Ter as duas maiores potências do mundo intensificando suas tensões não é algo que desenha um Bitcoin a US$ 150 mil no curto prazo, e disso você pode ter certeza.

Crédito imagem: Vespeiro

Mas e se tivermos mais quedas no mercado de criptomoedas? Como vamos nos salvar? Para responder a esses questionamentos, vamos usar o áudio podcast do VC e analista de criptomoedas Vinicius Terranova.

Monte uma gestão de risco definida

De acordo com Terranova, definir pontos de entrada e saída com base em médias móveis, como a de 30 dias, ajuda a evitar decisões emocionais. Afinal, você não precisa entrar em um projeto quando ele acabou de romper para baixo, pois, obviamente, você está tendo um sinal bearish.

Além disso, o analista aponta que isso não quer dizer que você vai entrar em uma altcoin quando ela estiver muito distante da média, porque aí, claramente, você está vendo uma possível correção chegar.

“Então, analisando 50 criptos aqui no meu gráfico, 90% estão em tendência de queda. O que a gente vai ver de diferente ali? Mantra, que está indo bem tanto na média de 7 dias quanto na média de 30, além de ter tido um desempenho fenomenal contra o bitcoin durante todo o ciclo, inclusive nessa última queda”.

Crédito imagem: Binance

“A gente vê o Ethereum tendo o pior desempenho e obviamente, estando bearish em 7 dias e 30 dias também. Aptos tendo uma queda acelerada e também bearish nos dois momentos. O Bitcoin, que é referência de mercado, infelizmente, estamos bearish nele também”.

Crédito imagem: WeBitcoin

Qual é a melhor estratégia para este momento?

Monitorar as médias móveis. A média de 30 dias funciona como um raio-x do momentum de uma moeda. Sendo assim, Terranova observa que, quando o preço fica baixo, é sinal de cautela.

“Note, cautela. Não é vende, não é sai, não é pânico. É cautela”.

O VC apontou que você precisa de muito mais indicadores para tomar suas decisões nesse mercado, mas, se você é novato por aqui, a média móvel de 30 dias pode te dar um termômetro do sentimento geral para suas decisões.

“Você vai ter que diversificar com muito critério. Eu estava conversando esses dias e mostrei para as pessoas que o meu portfólio, que montei com o VIP, ainda tem 400% de ganho, mesmo após todas essas quedas recentes. Isso porque foram selecionados ativos que têm fundamentos. Então, até aqueles que perderam seus fundamentos, que as coisas não fluíram muito bem ao longo do tempo, por outros motivos também, foram segurados por moedas como a Mantra. Então, o quanto você quer de risco depende muito de como você monta o seu portfólio. Enquanto o Bitcoin mostra essa resiliência meio relativa, as altcoins exigem uma análise individual muito rigorosa”.

Com o mercado ainda incerto, Terranova aponta que, mais do que nunca, você precisa saber onde está colocando o seu dinheiro e, claro, se preparar para uma recuperação.

“O histórico das moedas mostra que quedas intensas muitas vezes precedem ralis bem expressivos, mas o timing disso a gente não sabe. Então, um DCA pode ser uma boa estratégia para o momento”.

Agora, sobre atitudes que você não deve tomar, Terranova falou sobre a importância de não ficar adicionando margem, aprender com os padrões históricos e se manter sempre bem informado.

Agindo dessa forma, você consegue evitar notícias sensacionalistas e “analistas” dizendo que a altseason está chegando mais forte do que nunca quando todo o mercado mostra sinais contrários.

“Entendam uma coisa, muita gente vende curso e quer usar a altseason como argumento para isso. Então, se você ficar caindo nesse papinho, que as pessoas podem prever o futuro, que elas sabem exatamente que vai acontecer e quando você vai perder dinheiro. Eu posso te dar certeza que essa pessoa não tem essa capacidade, porque é impossível prever o futuro”.

“A gente não sabe se alguém amanhã vai tacar uma bomba em algum lugar e tudo vai por água abaixo. A gente viu o pânico que o mercado enfrentou por causa da tarifa dos Estados Unidos com o México e com o Canadá. Então, assim, o mercado nunca para de ensinar lições para vocês”.

Terranova finaliza destacando que muita gente neste ciclo vai perceber que, na verdade, estão sozinhos e precisam tomar decisões sábias com base em dados, informações e muito estudo. E que futurologia é coisa para quem gosta de bola de cristal e cartomante.

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