Brasileiros forçados a aplicar golpes com criptomoedas escapam de cativeiro no Sudeste Asiático

Brasileiros forçados a aplicar golpes com criptomoedas escapam de cativeiro no Sudeste Asiático
G1

Dois brasileiros que estavam sob o controle de uma organização criminosa especializada em golpes cibernéticos no Sudeste Asiático conseguiram escapar após três meses de cativeiro.

Phelipe de Moura Ferreira e Luckas Viana dos Santos relataram que foram forçados a aplicar golpes com falsos investimentos em criptomoedas contra vítimas de diferentes países, sob ameaça de agressões físicas e eletrochoques.

A fuga ocorreu com o auxílio de uma ONG, que ajudou também outros 85 estrangeiros de 50 nacionalidades. Após deixarem o local onde estavam mantidos contra a vontade, os dois foram interceptados por um grupo armado local, o Exército Democrático Budista dos Karen. Eles permaneceram sob custódia dessa organização até serem transferidos para a Tailândia e, posteriormente, acolhidos na embaixada brasileira em Bangkok.

Phelipe Ferreira relatou que as fraudes eram direcionadas a pessoas da Rússia, Itália e França. De acordo com ele, os brasileiros eram mais difíceis de enganar, pois já estavam familiarizados com o esquema.

A ONG Exodus Road Brasil também auxiliou as famílias das vítimas no envio de documentos à Defensoria Pública da União, pedindo o repatriamento dos jovens. Segundo os familiares, eles devem chegar ao Brasil na próxima quarta-feira.

O início da história

O caso teve início quando Ferreira recebeu uma oferta de trabalho via Telegram, prometendo um salário de dois mil dólares mensais para atuar na Tailândia. Após aceitar a proposta, ele teve sua passagem comprada pela empresa e foi levado a um hotel ao desembarcar.

No entanto, ao seguir para o suposto local de trabalho, percebeu que estava sendo conduzido para uma região remota. Antes de perder contato, conseguiu enviar sua localização para um amigo, que constatou que ele não estava na Tailândia, mas sim em Mianmar.

Durante o período em que esteve em cativeiro, Ferreira conseguiu se comunicar com a família por meio de um perfil falso criado pelos criminosos. Nas mensagens, ele relatava as condições extremas a que era submetido, mencionando agressões constantes e mostrando sinais de violência em seu corpo. Em um dos últimos contatos antes da fuga, avisou o pai sobre a tentativa de escapar.

Leia mais: Milei sobre o colapso da $LIBRA: Você não reclama de perder dinheiro no cassino

Deixe seu comentário: