Criptomoedas são usadas em esquema de lavagem de dinheiro do PCC com fintechs

Criptomoedas são usadas em esquema de lavagem de dinheiro do PCC com fintechs
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O Ministério Público de São Paulo (MPSP) apresentou denúncia contra três pessoas acusadas de operar um esquema de lavagem de dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC) utilizando fintechs.

A investigação apontou que o grupo movimentou ilegalmente R$ 6 bilhões, enviando valores para diversos países.

Entre os denunciados está o policial civil Cyllas Salerno Elia Júnior, que também é sócio da 2GO Bank, uma das fintechs supostamente envolvidas no esquema. Os empresários Carlos Alexandre Ballotin e Marcelo Henrique Antunes da Palma, fundadores da InvBank, também foram apontados como participantes da operação ilícita.

Técnicas utilizadas para dificultar o rastreamento

As investigações conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) identificaram que o trio utilizava técnicas como o fracionamento de transações (smurfing), carteiras digitais e criptomoedas para dificultar o rastreamento do dinheiro. Além disso, recorriam a empresas de fachada, contas de laranjas e empréstimos fraudulentos para ocultar a origem dos recursos.

Segundo o MPSP, o dinheiro ilícito era movimentado por meio da compra e venda de imóveis de luxo. Para isso, os envolvidos usavam as fintechs para transferir valores para contas controladas por intermediários, mascarando a verdadeira identidade dos compradores – que pertenciam à cúpula do PCC.

Colaboração de empresário e investigação da Operação Hydra

A denúncia se baseia, em parte, nas informações fornecidas por Antônio Vinícius Gritzbach, empresário que colaborou com as autoridades e revelou detalhes sobre a operação financeira da facção criminosa. Gritzbach foi assassinado em novembro do ano passado no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

A investigação faz parte da Operação Hydra, deflagrada pelo MPSP e pela Polícia Federal no mês passado. Durante as ações, Elia Júnior foi preso – sua segunda detenção, já que em 2024 ele havia sido capturado por envolvimento com lavagem de dinheiro para criminosos chineses.

Acusações e ações requeridas pelo MPSP

O MPSP solicitou que os acusados respondam pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro, além de uma multa mínima de R$ 100 milhões como indenização pelos danos causados. Também foram requeridas a manutenção da prisão preventiva, o bloqueio de bens e a suspensão das atividades das fintechs envolvidas.

Além disso, as autoridades pediram o afastamento do sigilo bancário e fiscal dos acusados para aprofundar as investigações sobre a movimentação financeira do grupo.

Em nota, os advogados dos fundadores da InvBank classificaram a denúncia como “vaga e sem materialidade”. Já a defesa de Elia Júnior informou que não fará declarações no momento.

Fonte: TecMundo

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