Federal Reserve deve cortar juros e liberar liquidez em reunião desta segunda-feira

Federal Reserve deve cortar juros e liberar liquidez em reunião desta segunda-feira
GROK

A expectativa de que o Federal Reserve (Fed) adote medidas emergenciais cresceu nesta segunda-feira (07), com investidores e analistas macroeconômicos antecipando uma possível intervenção já na reunião marcada para hoje.

O mercado financeiro global sofreu um choque raro, com fortes quedas nos principais índices acionários dos Estados Unidos. A turbulência se intensificou entre quinta e sexta-feira da semana passada e já é comparada aos momentos mais dramáticos de 1987, 2008 e 2020.

Autoridades reconhecem gravidade da crise

Para Bob Michele, chefe global de renda fixa da JPMorgan Asset Management, tanto o Federal Reserve quanto a Casa Branca têm dado sinais de que reconhecem a gravidade da situação. Em entrevista à Bloomberg, ele afirmou que não acredita que a autoridade monetária vá esperar que o sistema entre em colapso para agir.

“Esperar o acidente acontecer para só depois responder não parece uma boa estratégia”.

As apostas dos investidores reforçam essa leitura. Os derivativos de juros já precificam cinco cortes de 25 pontos-base até o fim de 2025, um bom salto em relação à expectativa da semana passada, que era de apenas três cortes. A probabilidade de uma redução emergencial de 25 pontos-base nos próximos dias já é estimada em 40%.

Tensões com a China agravam cenário

Entre os motivos por trás do estresse nos mercados está a nova escalada nas tensões comerciais com a China. Donald Trump voltou a defender publicamente o aumento de tarifas de importação e minimizou o impacto nos mercados.

O republicano afirmou que os preços do petróleo e dos alimentos estão em queda e que a inflação estaria sob controle, o que reforça sua visão de que o Fed deveria agir com cortes de juros.

Crédito se torna preocupação adicional

Além da tensão nos mercados acionários, o ambiente de crédito também preocupa. A alta nos custos de financiamento está pressionando empresas de menor qualidade no segmento de crédito privado. Segundo Michele, os sinais de deterioração ainda não são visíveis à superfície, mas já mostram fragilidades estruturais que podem se agravar rapidamente.

Arthur Hayes, ex-trader e fundador da plataforma BitMEX, chamou atenção para o índice MOVE, que mede a volatilidade no mercado de títulos públicos. Para ele, quando esse indicador ultrapassa certo patamar, o banco central estadunidense não terá alternativa senão intervir.

“Se você está tentando prever quando o Fed vai ceder e ligar a impressora de dinheiro, observe o índice de volatilidade dos títulos, o MOVE Index. À medida que ele sobe, qualquer um fazendo operações financiadas com títulos do Tesouro ou títulos corporativos será forçado a vender devido ao aumento das exigências de margem. Esses são os dois mercados que o Fed vai defender até a morte. Acima de 140, é hora do “yachtzee”!”

Apesar da pressão, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizou na última sexta-feira que ainda vê a inflação como elevada e que os impactos das tarifas precisam ser observados com cautela. Segundo ele, o banco central não pretende agir apenas por conta da volatilidade dos mercados.

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