A Apple está acelerando seus planos de diversificação industrial e mirando a Índia como uma peça-chave para driblar a nova rodada de tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos importados da China que chegam a 104%.
Embora ainda mantenha forte dependência das linhas de montagem localizadas na China, a Apple parece disposta a fortalecer sua presença no território indiano — ao menos temporariamente.
Além disso, o CEO Tim Cook está buscando interlocução com autoridades norte-americanas para tentar negociar isenções fiscais, enquanto avalia o impacto real da reestruturação em sua cadeia global.
Com fábricas operando na Índia desde 2017, inicialmente focadas em modelos antigos do iPhone, a companhia agora passa a produzir também seus aparelhos mais recentes no país.
Até o fim deste ano, 25 milhões de unidades devem ser montadas em solo indiano, sendo 10 milhões destinadas ao próprio mercado local.
Mas o plano não é tão simples assim
Apesar de a Índia representar uma alternativa com tarifas menores — 26%, contra os 104% impostos aos produtos chineses —, a mudança será um enorme desafio logístico e financeiro.
A maior parte da capacidade industrial da Apple ainda está concentrada em fábricas chinesas operadas por parceiros como a Foxconn, que chegam a produzir 500 mil iPhones por dia.
O custo extra para manter a produção atual também é preocupante. Segundo projeções do Bank of America, a nova estrutura tarifária poderia adicionar até US$ 300 ao valor de fabricação do iPhone 16 Pro, que hoje é vendido por US$ 1.100.
Outros produtos da linha Apple também seriam afetados, com possíveis aumentos de até 43% no preço de iPhones e Apple Watches, 42% nos iPads e 39% nos AirPods e Macs.
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