Desde que reassumiu a presidência dos Estados Unidos, Donald Trump tem adotado uma postura combativa em Washington, pressionando agências federais, promovendo mudanças em acordos comerciais e provocando aliados internacionais. No entanto, um fator específico tem freado seu ímpeto com mais força do que qualquer adversário político ou externo: o desempenho do mercado financeiro.
Nas últimas semanas, a Casa Branca anunciou tarifas sobre produtos chineses que ultrapassaram 100%. Poucos dias depois, diante de uma queda nas bolsas de valores e um aumento na tensão entre investidores, as medidas foram colocadas em pausa. Episódios como esse vêm se repetindo. Sempre que os mercados reagem negativamente, o presidente dos EUA muda de rumo.
Projeções pessimistas e recuos estratégicos
De acordo com o Cryptopolitan, essas reviravoltas não fazem parte de uma estratégia sofisticada de negociação. Além disso, The Wall Street Journal apontou que assessores próximos, como o secretário do Tesouro Scott Bessent e o secretário de Comércio Howard Lutnick, mostraram a Trump projeções de impacto econômico que o levaram a recuar.
Em uma rara admissão pública, o próprio presidente disse que suspendeu as tarifas porque “as pessoas estavam ficando um pouco enjoadas” com o colapso no mercado de títulos.
Oficialmente, a administração afirma que essas ações visam fortalecer a posição dos Estados Unidos em futuras negociações internacionais. Kush Desai, porta-voz do governo, declarou que todas as decisões de Trump são guiadas “pelo melhor interesse do povo americano”.
No entanto, relatos de bastidores destacam que o presidente tem sido pressionado por grandes empresários preocupados com os efeitos das tarifas nas cadeias de suprimento e no aumento dos preços ao consumidor. Executivos de empresas como Target, Walmart e Home Depot teriam alertado Trump sobre os riscos em uma reunião recente.
Mercado como termômetro político
Para antigos assessores, o comportamento do republicano é previsível. Ele acompanha de perto o mercado de ações, assiste noticiários econômicos com frequência e considera os índices financeiros como um reflexo direto da opinião pública. Essa obsessão, porém, entra em conflito com sua política econômica, que busca penalizar parceiros comerciais e incentivar o retorno de fábricas ao território americano.
Esse embate de prioridades tem gerado instabilidade. Para exemplificar, desde que Trump voltou à presidência, o índice S&P 500 já acumula uma queda de 10%, o pior início de mandato de um presidente em quase cem anos.
A vitória de Trump nas eleições de 2024 chegou a impulsionar fortemente os mercados no dia seguinte. Contudo, os ganhos evaporaram diante das incertezas econômicas provocadas por suas próprias decisões.
O político atribui a situação à gestão anterior, liderada por Joe Biden, que, segundo ele, deixou um mercado “doente”.
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