A Top Win International Limited, tradicional distribuidora de relógios de luxo com sede em Hong Kong, anunciou que irá mudar seu nome para “AsiaStrategy” e expandir suas operações para o mercado de ativos digitais, adotando uma estratégia de tesouraria baseada em criptomoedas. No entanto, a alteração ainda depende de aprovação dos acionistas e registro nas Ilhas Cayman.
Para a AsiaStrategy, os ativos digitais são uma classe emergente com oportunidades únicas de geração de valor à medida que instituições passam a adotá-los como parte de suas tesourarias corporativas.
Nesse reposicionamento, a AsiaStrategy está se preparando para realizar uma parceria com a Sora Ventures, fundo Web3 asiático.
A expectativa é que a colaboração permita à AsiaStrategy adotar uma gestão de tesouraria cripto e investir em empresas da indústria, aproveitando o conhecimento da Sora na estruturação de tesourarias com o bitcoin (BTC) no mercado asiático.
A Sora Ventures é conhecida pela criação do primeiro peer asiático da Strategy, antiga MicroStrategy, no Japão, e pelo lançamento de um fundo de US$ 150 milhões para investir em empresas abertas que adotam estratégias similares. Em Hong Kong, a Sora vem trabalhando para repetir o modelo em parceria com a UTXO Management, adquirindo participação majoritária na HK Asia Holdings Ltd.
Para liderar essa nova fase, Jason Fang, fundador da Sora Ventures, ingressa no conselho da AsiaStrategy e assume a co-gestão da empresa ao lado de Tony Ngai, como co-CEOs. Fang tem um histórico importante na indústria blockchain, com experiência desde 2016 na Fenbushi Capital e, posteriormente, à frente da Sora Ventures, investindo em DeFi, GameFi, NFTs e, mais recentemente, no ecossistema Bitcoin e na chamada DeSci (ciência descentralizada).
A companhia afirma que a inclusão de ativos digitais em sua tesouraria também ajuda a proteger seu capital contra a inflação, ao mesmo tempo em que se posiciona para crescer com a expansão das tecnologias Web3.
A importância da Ásia
A região ásio-pacífica, que é um dos polos mais dinâmicos do mundo, tem uma grande importância na nova fase da AsiaStrategy. Afinal, o local lidera globalmente na adoção de ativos digitais. Para exemplificar, em 2024, a taxa de adoção na região alcançou 22%, quase três vezes a média global de 7,8%.
Tailândia (44%), Índia (32%) e Filipinas (31%) são os países com as maiores taxas de adoção, impulsionadas por fatores de inclusão financeira, controle pessoal das finanças e desconfiança em relação aos sistemas bancários tradicionais.
Além disso, a Ásia-Pacífico abriga mais da metade dos usuários de internet do mundo, com 2,9 bilhões de pessoas online. Esse número continua crescendo, impulsionado por melhorias na infraestrutura de telecomunicações e pela expansão do acesso à internet móvel. Por exemplo, nas Filipinas, a taxa de penetração da internet atingiu 73,6% em 2024, com os usuários passando, em média, 10 horas por dia online.
Outro ponto importante é que vários países da região estão desenvolvendo estruturas regulatórias que equilibram inovação e proteção ao consumidor. Singapura, por exemplo, implementou o Payment Services Act, que exige que provedores de serviços de ativos digitais obtenham licenças e cumpram requisitos rigorosos de conformidade. Hong Kong também está se posicionando como um centro para ativos digitais, introduzindo regulamentações para atrair investidores globais e promover um ambiente transparente e seguro para o comércio cripto.
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