Durante uma visita ao Oriente Médio, Donald Trump assinou um acordo com os Emirados Árabes Unidos para construir, em Abu Dhabi, o maior campus de inteligência artificial (IA) do mundo fora dos Estados Unidos. O centro vai ocupar 26 km² e terá uma potência absurda de 5 gigawatts — tudo para alimentar datacenters com chips de IA de última geração.
A ideia é liberar a venda de até 500 mil chips da Nvidia por ano a partir de 2025. Isso seria impensável no governo Biden, que travava esse tipo de exportação por medo de a China se intrometer.
A mudança é um ponto de virada na política estadunidense, com Trump apostando que os datacenters, mesmo fora do país, estarão sob controle porque serão operados por empresas dos EUA.
O acordo também prevê que os Emirados invistam em infraestrutura nos próprios Estados Unidos e sigam regras de segurança do país norte-americano.
Apesar do otimismo do republicano, o fato é que abrir tanto acesso pode dar margem para a China se aproveitar. Afinal, empresas chinesas como Huawei e Alibaba ainda atuam nos Emirados.
Um dos principais críticos dessa parceria é Sam Winter-Levy, pesquisador do Carnegie Endowment for International Peace, que alertou para o risco de os EUA estarem “terceirizando uma tecnologia estratégica central — o poder de computação — enquanto criam novas fontes de dependência de regimes autoritários com laços estreitos com chineses e russos
No fim das contas, o acordo é um enorme ponto positivo para os Emirados, que agora conseguem agradar os EUA sem romper com a China.
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