Bitcoin em montanha-russa: de US$ 107 mil a risco de quebra abaixo dos US$ 100 mil

Bitcoin em montanha-russa: de US$ 107 mil a risco de quebra abaixo dos US$ 100 mil
Imagem destaque: ChatGPT

Os investidores do mercado de criptomoedas foram surpreendidos mais uma vez entre domingo e hoje, segunda-feira, 19 de maio, por um movimento brusco do preço do bitcoin (BTC).

Nesse intervalo, a criptomoeda primária disparou de forma repentina para acima dos US$ 106 mil, apenas para despencar logo em seguida, retornando à faixa dos US$ 103 mil e, posteriormente, chegando a US$ 102 mil. O episódio causou liquidações de US$ 600 milhões em posições de derivativos, afetando tanto os touros (bulls) quanto os ursos (bears).

O movimento foi um típico “short squeeze” seguido de uma realização de lucros abrupta. Com baixa liquidez no fim de semana, algoritmos de negociação automática teriam sido ativados por níveis técnicos específicos, impulsionando a alta. No entanto, a incapacidade do BTC de sustentar o rompimento acima dos US$ 106 mil deu início a uma reversão rápida.

Além disso, o bitcoin formou uma divergência de baixa no indicador RSI (Índice de Força Relativa), apontando para uma perda de força no movimento ascendente. Apesar do novo pico acima de US$ 107 mil, o RSI desenhou um topo mais baixo, sinal claro de que o fôlego comprador estava enfraquecido.

De acordo com a Swissblock, o BTC apenas “capturou liquidez” acima da resistência entre US$ 104 mil e US$ 106 mil, sem conseguir firmar posição. Com isso, o preço retornou para uma zona de forte volume de negociações entre US$ 101.500 e US$ 102.500. Caso essa faixa de suporte não se sustente, os analistas da empresa veem o intervalo entre US$ 97 mil e US$ 98.500 como próximo destino provável.

Macroeconomia agrava o cenário

A deterioração do cenário macroeconômico também teve papel nessa queda. A agência Moody’s rebaixou novamente a nota de crédito do governo dos Estados Unidos (EUA), citando o aumento do déficit orçamentário e a ausência de um plano fiscal crível. Isso afetou todo o mercado de ativos de risco, com destaque para o bitcoin, que caiu 4,5% em um único dia — a pior retração diária em mais de um mês.

O rebaixamento feito pela Moody’s marca a primeira vez desde 1919 que a agência retira a nota máxima dos EUA. Com essa decisão, o país norte-americano perdeu o status de “triple A” nas três principais agências de classificação de risco, já que a Standard & Poor’s e a Fitch haviam feito rebaixamentos semelhantes em 2011 e 2023, respectivamente.

A Moody’s justificou a decisão apontando que, ao longo de mais de uma década, os sucessivos governos e o Congresso dos EUA não conseguiram implementar medidas eficazes para reverter a tendência de grandes déficits fiscais anuais e custos com juros. A agência projeta que a dívida federal dos Estados Unidos poderá atingir 134% do PIB até 2035, em comparação com 98% em 2024.

Apesar do rebaixamento, a Moody’s manteve a perspectiva da nota como “estável”, destacando os pontos fortes da economia estadunidense, como o papel do dólar como moeda de reserva global e a eficácia da política monetária conduzida pelo Federal Reserve.

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