Partido Democrata da Coreia do Sul propõe stablecoin nacional

Partido Democrata da Coreia do Sul propõe stablecoin nacional
Imagem destaque: ChatGPT

Lee Jae-myung, líder do Partido Democrata da Coreia do Sul, propôs a criação de uma stablecoin lastreada no won sul-coreano. A ideia tem o intuito de evitar a saída de capital do país e reforçar a soberania financeira nacional, reduzindo a dependência de stablecoins emitidas em dólar, como USDT e USDC.

Atualmente, a legislação sul-coreana proíbe a emissão de tokens estáveis domésticos, o que obriga as exchanges locais a utilizarem ativos digitais estrangeiros. Apenas entre janeiro e março de 2025, o país registrou 56,8 trilhões de won em saídas de ativos, quase metade associada a stablecoins estrangeiras.

Contrário à visão do político está Shin Bo-sung, do Korea Capital Market Institute, que pontuou que stablecoins podem expandir excessivamente a oferta monetária e transferir o controle do dinheiro para emissores privados.

“Não podemos ignorar os princípios econômicos por trás disso. Stablecoins são uma forma de criar dinheiro do nada”.

Embora essa frase seja uma crítica comum feita por alguns economistas, ela não está totalmente correta quando se trata das stablecoins, pelo menos as mais populares. USDT e USDC, por exemplo, são, em tese, lastreadas por reservas equivalentes em moedas fiduciárias ou ativos altamente líquidos, como títulos do Tesouro americano. Ou seja, para cada USDT ou USDC emitido, deve haver um dólar ou ativo de valor correspondente em reserva.

Uma crítica que é válida nesse cenário é que, na prática, esse lastro nem sempre é transparente ou auditado de forma rigorosa. Quando uma stablecoin é emitida sem uma reserva real equivalente, aí sim ela pode representar uma forma de “criar dinheiro do nada”, o que pode afetar a política monetária e gerar riscos sistêmicos se for emitida em grande escala.

Comitê e nova legislação digital em andamento

No último dia 13 de maio, o Partido Democrata lançou oficialmente um Comitê de Ativos Digitais, com foco no desenvolvimento de políticas para o setor e fomento à indústria cripto. O grupo se soma a outras frentes já existentes, como o Comitê de Ativos Virtuais criado em 2024 e uma força-tarefa público-privada iniciada em 2022 pela Comissão de Serviços Financeiros (FSC).

O partido também prepara a Lei Básica dos Ativos Digitais, que pretende estabelecer um marco legal para criptomoedas e stablecoins. A proposta exige, entre outros pontos, que emissores mantenham pelo menos 50 bilhões de won em reservas e obtenham aprovação da FSC.

Além disso, Lee defende a legalização de ETFs spot de criptomoedas e propõe permitir que o Fundo Nacional de Pensão e outras instituições possam investir em ativos digitais, desde que haja estabilidade nos preços. Para viabilizar isso, o plano conta com a criação de um sistema de monitoramento integrado e redução das taxas de transação.

A eleição presidencial antecipada na Coreia do Sul está marcada para 3 de junho de 2025, em decorrência do impeachment do ex-presidente Yoon Suk-yeol, que foi destituído após tentar impor a lei marcial em 2024.

De acordo com o English News, as pesquisas mais recentes apontam que Lee Jae-myung lidera com 51% das intenções de voto, enquanto Kim Moon-soo, do Partido do Poder Popular (conservador), aparece com 29%.

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