Comediante ironiza corte no Medicaid e acusa Trump de lucrar fora do expediente

Comediante ironiza corte no Medicaid e acusa Trump de lucrar fora do expediente
Imagem destaque: ChatGPT

Durante a última edição de seu programa noturno, o apresentador Jimmy Kimmel dirigiu críticas às ações do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, com foco no projeto de lei One Big Beautiful Bill Act (H.R. 1), aprovado na Câmara dos Representantes, e em um jantar realizado com investidores.

Kimmel começou seu monólogo abordando a aprovação do que Trump chamou de “grande e belo projeto de lei”, ironizando as consequências da medida: “Se esse é o projeto bonito, imagino como seria o feio”, disse. O apresentador destacou trechos da legislação que contam com cortes no programa Medicaid, impacto negativo na educação superior e aumento da dívida nacional. Com tom satírico, afirmou que, com a aprovação, seria hora de “dar adeus para a vovó”.

Principais pontos do projeto

O One Big Beautiful Bill foi aprovado ontem, 22 de maio, com uma votação apertada de 215 a 214. Um dos destaques dessa nova legislação são os cortes de US$ 700 bilhões do programa de saúde pública Medicaid.

Além disso, adultos que recebem benefícios desse programa, mas que são considerados fisicamente aptos para trabalhar e não têm filhos, terão que comprovar que estão trabalhando, estudando ou realizando alguma atividade exigida (como treinamento profissional ou serviço comunitário) para continuar recebendo esse benefício.

Essa exigência está prevista para entrar em vigor até o final de 2026. A intenção declarada pelos autores do projeto é incentivar a autonomia financeira, mas críticos dizem que isso pode limitar o acesso à saúde de pessoas em situação vulnerável. Inclusive, a Kaiser Family Foundation (KFF) publicou um estudo chamado 5 Key Facts About Medicaid Work Requirements, mostrando que muitos beneficiários já trabalham, mas podem ter dificuldade em comprovar isso burocraticamente.

Enquanto isso, o projeto de lei aprovou a alocação de US$ 150 bilhões adicionais para defesa, com foco em sistemas de drones, e US$ 70 bilhões para segurança nas fronteiras, com recursos destinados à construção de barreiras e contratação de agentes adicionais.

Do lado das reformas tributárias, o One Big Beautiful Bill aprova a extensão dos cortes de impostos de 2017, isenção temporária de impostos sobre gorjetas e horas extras, aumento do crédito tributário infantil para US$ 2.500 até 2028 e criação de contas de poupança “MAGA” com depósitos iniciais de US$ 1.000 para recém-nascidos.

Ironias sobre os discursos e medidas

Ao comentar o discurso do presidente da Câmara, Mike Johnson, que celebrou a aprovação do projeto como o início de uma “grande retomada americana”, Kimmel comparou a vitória a um “beijo molhado” em Trump, e ironizou o momento dizendo que o republicano estaria comemorando da privada, usando a plataforma Truth Social.

Outro alvo de crítica de Kimmel foi a criação das “Trump Savings Accounts”, adicionadas ao projeto, que, segundo o apresentador, mostram a obsessão com o nome do presidente. “São como os Smurfs, tudo tem que ter Trump no nome”, afirmou.

Kimmel ainda satirizou os cortes no setor de aviação, relacionando o aumento de problemas nos aeroportos com as demissões de controladores de tráfego aéreo: “Tente não voar na terça, quinta ou sábado, e você estará bem”.

Jantar com investidores e críticas à transparência

Em seguida, abordou o jantar promovido por Trump em um clube de golfe na Virgínia, onde reuniu 220 investidores ligados a sua memecoin.

Kimmel destacou que os convites custaram de US$ 55 mil a US$ 37 milhões, sem acompanhantes. Ele ironizou a justificativa da Casa Branca, que classificou o evento como “atividade pessoal” do presidente, e questionou a transparência em relação à identidade dos participantes e as moedas utilizadas para o pagamento.

“Ele é corrupto só no tempo livre, pessoal. No Salão Oval, ele segue o livro”, ironizou Kimmel ao comentar a resposta da assessoria de Trump.

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