Top 5 maiores fiascos da história cripto

Top 5 maiores fiascos da história cripto
Imagem destaque: ChatGPT

No universo cripto, promessas grandiosas são tão abundantes quanto tokens inúteis. Mas alguns projetos se destacaram por sua capacidade quase artística de colapsar espetacularmente. Se você acha que já viu de tudo, prepare-se para revisitar os top 5 maiores fiascos da história cripto, classificados do fiasco aceitável ao apocalipse financeiro digno de estudo acadêmico.

5º lugar – Dash: a tentativa de democracia que virou um clube VIP disfarçado de privacidade

Dash, a devota da privacidade e das transações instantâneas. “Digital Cash”, diziam. Com uma estrutura de governança por masternodes, era o projeto que ia descentralizar até sua mãe, desde que você tivesse 1.000 DASH para rodar um desses nodes. Ou seja, democracia monetária estilo condomínio de luxo.

Em 2017, a Dash surfou a onda do bull market como um surfista australiano no Havaí: com estilo, velocidade e muitos gritos da comunidade. O marketing batia forte na tecla da privacidade, e países como a Venezuela foram alvos de campanhas que beiravam o messiânico. A altcoin era a solução para economias em ruínas — pelo menos era o que diziam os slides de PowerPoint em Comic Sans.

Derrocada: a estrutura de governança virou um oligopólio de carteiras gordas, o uso como meio de pagamento não passou do estágio de vídeo promocional, e o mercado percebeu que havia opções mais funcionais. Hoje, Dash sobrevive no limbo das altcoins, como aquele projeto escolar mal executado que ainda tenta convencer os outros de que foi um sucesso.

  • Alta histórica em 20 de dezembro de 2017: US$ 1.642,22
  • Preço atual em 28 de maio de 2025: US$ 23,97
4º lugar – SafeMoon: a tokenomics da esperança… ou do desespero coletivo

Seguindo a nossa lista de top 5 maiores fiascos da história cripto está a SafeMoon. Ela se vendia como o token que iria à Lua. Com um sistema de taxas em cada transação, parte redistribuída aos holders e parte “queimada”, parecia a engenharia econômica de um jogo de tabuleiro mal projetado. Era DeFi com esteroides e zero controle de qualidade.

Com celebridades como Jake Paul e artistas de reality shows promovendo, influenciadores em modo euforia maníaca e uma comunidade que confundia hype com fundamento, SafeMoon explodiu em popularidade. O gráfico parecia um foguete desgovernado — o que, com o benefício da retrospectiva, era uma metáfora perfeita.

Derrocada: a bolha estourou como uma bexiga furada por um garfo quente. Acusações de rug pull, saques da liquidez, e claro, a constatação de que a tokenomics era mais uma pirâmide do que uma inovação. Hoje, SafeMoon está no cemitério das shitcoins, ao lado de promessas vazias e carteiras traumatizadas.

De acordo com a SEC, o preço do token disparou 55.000% entre março e abril de 2021, atingindo um valor de mercado de US$ 5,7 bilhões antes de seu colapso. A queda abrupta resultou em perdas para os investidores, estimadas em US$ 300 milhões. 

3º lugar – The DAO: a aula inaugural sobre bugs, governança e como perder US$ 150 milhões em tempo real

Em 2016, The DAO era a primeira organização autônoma descentralizada séria. Código como lei, sem CEO, sem CFO, só smart contracts e boa vontade. A ideia era brilhante — até porque a execução foi digna de um episódio de Punk’d com Vitalik Buterin.

A DAO arrecadou US$ 150 milhões em Ethereum, o que em 2016 era o equivalente a fundar um pequeno país. A comunidade estava em êxtase. A rede do ETH parecia ter inventado a governança do futuro — baseada em votação, participação e, claro, contratos inteligentes que ninguém auditou direito.

Derrocada: um hacker explorou uma falha lógica e drenou 3,6 milhões de ETH, avaliados em US$ 60 milhões na época. Resultado: um hard fork que criou Ethereum e Ethereum Classic, uma guerra filosófica, e a primeira grande cicatriz na blockchain de Vitalik ao lado de um lembrete de que “imparável” não significa “invulnerável”.

2º lugar – Terra (LUNA): a stablecoin que era tudo, menos estável

Terra prometia uma revolução nas finanças com a stablecoin algorítmica UST, lastreada em nada além da fé e do token LUNA. Era como dizer que sua casa está protegida porque você empilhou cadeiras em círculo e desenhou um símbolo no chão.

O UST conquistou US$ 18 bilhões em market cap no auge, e o ecossistema Terra virou o queridinho do DeFi. 

Anchor Protocol, o principal produto da Terra, era uma plataforma de empréstimos e poupança que prometia rendimentos fixos de 20% ao ano — uma taxa tão realista quanto dieta milagrosa de fim de semana. 

Derrocada: quando o mercado virou, a paridade do UST com o dólar se quebrou, e o mecanismo de equilíbrio queimou LUNA até transformá-lo em pó digital. A queda foi tão catastrófica que até reguladores que mal sabiam o que era blockchain começaram a prestar atenção. Um desastre que transformou “algorítmico” em sinônimo de “brincadeira de mau gosto”.

  • Alta histórica em 05 de abril de 2022: US$ 119,18
     
  • Preço atual em 28 de maio de 2025: US$ 0,00006296

1º lugar – BitConnect (BCC): o maior espetáculo cripto já encenado por um meme ambulante

A BitConnect era uma plataforma de empréstimos com um sistema de retornos garantidos via bot de trading e fecha nossa lista de top 5 maiores fiascos da história cripto. Em outras palavras: um esquema Ponzi revestido de vocabulário técnico e vídeos de qualidade duvidosa.

A moeda valorizou mais de 3.000% entre agosto e dezembro de 2017, saltando de US$ 15 para US$ 463. O marketing era agressivo, os eventos pareciam cultos e Carlos Matos se tornou a encarnação humana da euforia irracional. “BitConnneeeeeect!” ecoava como o grito de guerra de quem estava prestes a perder tudo.

Derrocada: o castelo de cartas começou a ruir em 2018, quando as suspeitas sobre o modelo insustentável da BitConnect começaram a surgir. Especialistas e entusiastas notaram que o suposto “bot de trading” nunca havia sido demonstrado publicamente, os rendimentos eram fixos independentemente das condições de mercado e a plataforma recompensava mais por indicações do que por operações reais — sinais clássicos de pirâmide. Isso levou a alertas de órgãos reguladores do Reino Unido e dos Estados Unidos, culminando em investigações e ações legais.

O token caiu de US$ 400 para centavos em questão de dias, transformando euforia em desespero. Investidores desavisados perderam tudo, e a BitConnect virou símbolo universal de fraude no mercado cripto — um verdadeiro estudo de caso de ganância mal calibrada.

Bem-vindo ao maravilhoso mundo das finanças descentralizadas — onde a linha entre gênio e charlatão é escrita em Solidity.

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