A mudança judicial nos Estados Unidos, que reativou temporariamente as tarifas comerciais impostas pelo presidente local Donald Trump, provocou instabilidade nos mercados financeiros e afetou diretamente o desempenho do bitcoin (BTC). A criptomoeda caiu 2,7% nesta sexta-feira, atingindo uma mínima diária abaixo de US$ 106 mil.
A decisão da Corte de Apelações do Circuito Federal anulou a sentença do Tribunal de Comércio Internacional que havia considerado inconstitucionais as tarifas instituídas sob a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional de 1977. Segundo o tribunal, os efeitos da decisão inicial estão suspensos “até nova ordem”, enquanto os recursos são analisados.
Trump criticou a tentativa de derrubar as tarifas, afirmando na rede Truth Social que, se a decisão fosse mantida, “destruiria completamente o poder presidencial”.
Segundo o Decrypt, Tracy Jin, diretora de operações da exchange MEXC, afirmou que a queda no mercado cripto se deve menos à baixa demanda e mais ao clima de insegurança:
“É uma reprecificação baseada no risco político e no posicionamento excessivo dos investidores”.
Além disso, os ETFs de bitcoin nos EUA registraram saídas líquidas de US$ 347 milhões na quinta-feira (29), encerrando uma sequência de dez dias de entradas. O fundo da Fidelity (FBTC) liderou as retiradas com US$ 166,3 milhões, seguido por GBTC (US$ 107,5 milhões) e ARKB (US$ 89,2 milhões). Apenas o IBIT da BlackRock obteve avanço, com entrada de US$ 125 milhões, marcando seu 34º dia consecutivo de captação positiva.
Ganesh Mahidhar, analista da Further Ventures, destacou que os fluxos nos ETFs são resultado do sentimento do varejo e que a recuperação pode vir com a estabilização das tensões comerciais.
“Há expectativa de que o impasse sobre tarifas se resolva em breve, abrindo caminho para uma recuperação dos ativos de risco”.
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