No início de dezembro, o Google anunciou seu mais novo chip de processamento quântico, chamado Willow, que apresenta um aumento de desempenho de 56% em relação ao modelo anterior.
Com o ritmo acelerado de desenvolvimento nessa área, cientistas estimam que, dentro de cinco anos, essas máquinas poderão quebrar as chaves criptográficas que protegem as carteiras de Bitcoin (BTC).
De acordo com Pierre-Luc Dallaire-Demers, físico quântico e pesquisador visitante da Universidade de Calgary, estamos a poucos anos de uma realidade em que computadores quânticos comerciais terão capacidade suficiente para decifrar as chaves de curva elíptica que garantem a segurança de carteiras digitais.
O BTC utiliza dois métodos de criptografia: o ECDSA-256 e o SHA-256.
O primeiro é responsável por proteger carteiras e assinar transações através de pares de chaves pública e privada. No entanto, essa tecnologia está vulnerável ao algoritmo de Shor, método quântico que pode rapidamente calcular fatores primos e expor as chaves privadas dos usuários.
Já o SHA-256, empregado no processo de mineração da criptomoeda primária, apresenta maior resistência aos ataques quânticos.
Opiniões divergentes
Segundo análises da Galaxy, empresa especializada em criptomoedas, o aumento no comprimento do hash pode ser suficiente para blindá-lo contra essas ameaças.
Discordando dessa visão está a ECDSA, que apontou que as mudanças necessárias para proteger a infraestrutura criptográfica do Bitcoin demandariam ajustes profundos na tecnologia.
Quem está em perigo?
As carteiras mais vulneráveis são aquelas criadas antes de 2012, conhecidas como endereços Pay-To-Public-Key (P2PK).
Esses endereços expõem diretamente as chaves públicas, facilitando ataques quânticos.
Entre essas carteiras, está uma quantia de 1,1 milhão de BTC, pertencentes ao criador anônimo do Bitcoin, Satoshi Nakamoto, e avaliados em US$ 113 bilhões.
Caso a computação quântica avance no ritmo atual, esses fundos podem ser os primeiros a desaparecer.
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