As ações da Tesla já perderam metade do valor desde dezembro de 2024, mas a pressão de mercado pode não ter chegado ao fim.
Segundo o analista Colin Langan, do Wells Fargo, o cenário ainda é complicado para a montadora de veículos elétricos, e o papel da Tesla pode cair mais 40% nos próximos meses.
Em relatório divulgado na última sexta-feira (14), Langan reduziu sua projeção de preço-alvo para os próximos 12 meses de US$ 135 para US$ 130, mantendo sua recomendação negativa.
A estimativa do Wells Fargo contrasta com a média de Wall Street, que prevê um preço-alvo de US$ 372 para a ação da Tesla.
No entanto, Langan destaca que as preocupações com a empresa já estavam no radar há tempos.
“Vínhamos alertando sobre a queda nas vendas e margens da Tesla desde o ano passado, e esses receios se concretizaram”.
O analista citou como um dos principais fatores o colapso de 40% nas vendas europeias neste ano, que acelerou a desvalorização dos papéis da companhia.
Europa puxando a Tesla para baixo
A Tesla tem passado por um momento ruim na Europa, onde amarga sua pior sequência de perdas semanais desde sua estreia na bolsa, em 2010. Somente em janeiro, as vendas no continente recuaram 45%.
A situação ficou ainda pior por fatores políticos, após Elon Musk mostrar apoio ao partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD). Como resultado, consumidores passaram a evitar a marca, e fábricas da empresa foram alvo de atos de vandalismo.
Espere o pior
Para Langan, a forte queda no valor de mercado da Tesla ainda não mostra completamente os desafios enfrentados pela empresa.
“Muitos investidores já esperavam uma redução nos lucros, mas resistiam a se desfazer das ações. Agora, essa posição está se tornando insustentável”.
Mesmo após a perda de 40% no ano, ele acredita que há espaço para novas desvalorizações. Os bancos UBS e Redburn Atlantic também reforçaram recomendações de vendas da montadora.
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