Após corte derrubar tarifas, Trump fala em colapso e corre à Suprema Corte

Após corte derrubar tarifas, Trump fala em colapso e corre à Suprema Corte
Imagem destaque: Pexels/KATRIN BOLOVTSOVA

Um tribunal federal de apelações dos Estados Unidos declarou ilegal o uso da lei IEEPA pelo presidente local Donald Trump para impor tarifas sobre importações estrangeiras. 

A decisão, publicada em 30 de agosto de 2025, afirma que o governo violou os limites constitucionais ao utilizar uma legislação voltada para emergências internacionais com o objetivo de implementar políticas comerciais internas.

A medida põe fim, do ponto de vista jurídico, ao pacote tarifário conhecido como Dia da Libertação. 

Esse conjunto de tarifas foi anunciado por Trump em abril deste ano, com taxas de dez por cento sobre praticamente todas as importações, e adicionais de até cinquenta por cento para produtos de países como China, México, Índia e Vietnã.

Segundo os juízes, o presidente extrapolou sua autoridade ao usar a IEEPA para justificar uma política protecionista, sem a devida aprovação do Congresso.

A lei de 1977 permite ações emergenciais em casos de ameaças externas, como terrorismo, guerra ou ataques cibernéticos, mas não foi criada para servir como instrumento comercial.

Desde o início do segundo mandato de Trump, as tarifas foram tratadas como peça importante da política econômica. 

O republicano declarou uma nova emergência nacional alegando que a dependência de importações ameaçava a segurança dos Estados Unidos. 

Com isso, ordenou a aplicação imediata das taxas, que atingiram desde bens industriais até eletrodomésticos.

Mas a decisão judicial deixa claro que não basta uma declaração genérica de emergência para ativar os poderes do IEEPA. 

Os juízes reforçaram que a lei exige uma ameaça externa real e específica, o que não foi comprovado no caso.

🗣️ Trump reage com ameaça à Suprema Corte e discurso de colapso econômico

Logo após o tribunal federal derrubar a base legal usada para suas tarifas, Trump reagiu com declarações duras e alarmistas. 

Em fala à imprensa na Casa Branca, ele afirmou que pretende recorrer à Suprema Corte com pedido de urgência para manter as taxações. 

Segundo o bilionário, retirar essas medidas pode colocar o país em colapso econômico.

Trump afirmou que o mercado de ações depende das tarifas para continuar em alta. 

Ele também declarou que os Estados Unidos podem se transformar em uma nação do Terceiro Mundo se a decisão judicial não for revertida. 

Na avaliação do governo, as taxações são uma fonte essencial de receita e proteção para a indústria nacional. 

Trump alega que remover essas barreiras comerciais abriria espaço para o avanço da China, Rússia e Índia, além de provocar uma fuga de capital estimada em até quinze trilhões de dólares.

Por que Trump reagiu com discurso de colapso e pressa para o Supremo

A primeira motivação está na sustentação de sua imagem política. Trump construiu boa parte de sua popularidade em torno da ideia de força econômica e proteção nacional. 

As tarifas sempre foram apresentadas como uma forma de defender empregos estadunidenses e reequilibrar acordos comerciais considerados injustos. 

Perder esse instrumento nas mãos do Judiciário compromete sua narrativa de autoridade. Por isso, transformar o tribunal em um novo inimigo se encaixa em sua estratégia de confronto.

A segunda razão está ligada ao momento político. 

Ao afirmar que o país pode se tornar uma nação do Terceiro Mundo, Trump lança mão de uma retórica extrema que mobiliza seus eleitores, cria sensação de urgência e tenta forçar a Suprema Corte a agir rapidamente. 

É uma tentativa de antecipar o debate público e apresentar a si mesmo como único defensor da estabilidade econômica do país.

Outro fator importante é fiscal. 

As tarifas geram bilhões de dólares em arrecadação. Se forem suspensas, o governo pode enfrentar aumento no déficit orçamentário, o que pressiona a taxa de juros e compromete projetos prioritários do próprio Executivo. 

Ao manter as tarifas como fonte de receita, Trump evita ter que negociar cortes de gastos ou buscar novas fontes de financiamento em um cenário já pressionado por incertezas políticas.

Apesar da decisão do tribunal de apelações considerar inconstitucional o uso da lei IEEPA para aplicar as tarifas, elas permanecem em vigor até pelo menos 14 de outubro de 2025, enquanto o governo recorre à Suprema Corte.

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