Uma das tecnologias que mais beneficia os usuários da rede Ethereum (ETH) são as Layer 2 (L2). Afinal, essas soluções de escalabilidade fazem com que as transações na rede da principal altcoin do mercado sejam muito mais baratas e rápidas.
Benefícios das Layer 2
As L2 são construídas em cima de uma Layer 1 existente com o intuito de aliviar a carga da rede principal.
Atualmente, existem várias abordagens para a implementação de uma Layer 2, como a Lightning Network (LN), que permite a realização de transações instantâneas e de baixo custo fora da blockchain principal do Bitcoin.
Outras soluções de Layer 2 são as blockchains independentes que se conectam à blockchain principal para delegar algumas transações e o processamento fora da rede base.
O grande problema das L2
Apesar de esses protocolos reduzirem o congestionamento na rede principal de criptomoedas de primeira e segunda geração, eles acabam não sendo tão seguros quanto as Layer 1, pois ao precisarem utilizar canais fora da blockchain para validar transferências, ficam suscetíveis a falhas de segurança e têm maior centralização.
Justin Bons, fundador e diretor de investimentos da Cyber Capital, comentou sobre esses problemas nas Layer 2.
Bons descreveu essas plataformas como perigosas, com a capacidade de comprometer os fundos dos usuários sem supervisão adequada.
Segundo o especialista, a maioria das L2 sofre de centralização, com servidores únicos frequentemente responsáveis pela operação das plataformas.
O CIO da Cyber Capital argumenta que essa centralização pode ser prejudicial para os investidores, pois essas cadeias podem colapsar a qualquer momento devido a um evento isolado ou até mesmo ser manipuladas para roubar os fundos dos usuários.
Para sustentar suas afirmações, Bons citou o caso da rede zkEVM Roll-up Linea, da ConsenSys, que, em 2 de junho de 2024, teve que interromper a produção de blocos devido a um erro no contrato inteligente da plataforma.
Além disso, ele mencionou o incidente ocorrido em 15 de fevereiro de 2024, quando a Optimism enfrentou um período de inatividade de duas horas devido a um problema com o sequenciador centralizado da rede.
Outra crítica levantada por Bons é que o Ethereum estabeleceu uma relação parasitária com as L2, que agora operam quase independentemente da rede principal, controlando boa parte da liquidez do ETH.
E o que o fundador do Ethereum pensa a respeito?
Vitalik Buterin também comentou sobre a centralização das Layer 2 e sobre as alegações de que essas redes poderiam estar suscetíveis a roubos de fundos.
Segundo o programador, o sistema desses protocolos conta com uma série de medidas de proteção, que visam garantir a integridade e segurança dos ativos dos usuários.
Buterin apontou que uma das principais salvaguardas é a regra da Fase 1, que exige uma aprovação de 75% do comitê de segurança para qualquer alteração no código.
Além disso, o rosto por trás do ETH ressaltou que pelo menos 26% dos membros votantes devem ser independentes para impedir que empresas como Optimism e Arbitrum exerçam controle unilateral sobre os fundos dos usuários, garantindo que nenhuma entidade tenha poder absoluto ou possa acessar os ativos sem a devida supervisão.