Autismo e TDAH impactaram as respostas de SBF em julgamento, afirmam especialistas

Autismo e TDAH impactaram as respostas de SBF em julgamento, afirmam especialistas
KXAN

De acordo com uma equipe de médicos, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) de Sam Bankman-Fried (SBF), ex-CEO da FTX, contribuíram para suas longas e detalhadas respostas no tribunal, que acabaram frustrando o juiz responsável pelo caso.

Os especialistas submeteram suas observações em apoio ao apelo de SBF, argumentando que o tratamento recebido por ele no tribunal foi injusto. Um dos pontos levantados foi a permissão para que os promotores o interrogassem sem a presença do júri, o que, segundo os médicos, pode ter afetado a percepção dos jurados sobre o réu.

O juiz questionou a extensão das respostas do ex-CEO e sua busca por clareza nas perguntas feitas. Os médicos salientaram que essa é uma característica comum entre pessoas com TEA, que tendem a interpretar a linguagem de forma literal.

As constantes correções do juiz levaram SBF a alterar sua abordagem diante do júri, passando a dar respostas mais curtas e diretas, como um simples “sim”.


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Segundo os especialistas, essa mudança de comportamento pode ter sido interpretada como arrogância ou desinteresse pelo júri.

Outro ponto destacado pelos médicos foi a falta de acesso de SBF a documentos essenciais e a ausência de sua medicação habitual durante o julgamento. Eles ressaltaram que, para pessoas com TEA, ter informações concretas é fundamental para fornecer respostas precisas.

“A privação de acesso a documentos relevantes da FTX, que poderiam ter esclarecido suas ações, junto com a falta de sua medicação para TDAH nas primeiras três semanas do processo, comprometeu sua capacidade de concentração nos momentos iniciais, quando o governo apresentava provas”.

Em março deste ano, Sam Bankman-Fried foi condenado a 25 anos de prisão por fraudes que resultaram na perda de bilhões de dólares para os clientes da FTX. O juiz Lewis Kaplan o descreveu como “evasivo” e alguém que buscava dividir as questões durante seu depoimento.

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