O Banco Central do Brasil deu início à segunda fase do Piloto Drex para explorar o uso de contratos inteligentes e otimizar serviços financeiros. Nesta nova etapa, a plataforma permitirá que os participantes criem e gerenciem serviços de forma automatizada, utilizando contratos desenvolvidos por terceiros.
De acordo com Fabio Araújo, Coordenador da Iniciativa Drex e Consultor do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamento (Deban) do BC, a principal meta é testar diferentes casos de uso, garantindo que as soluções estejam em conformidade com as normas de privacidade exigidas pela legislação vigente.
Além disso, o Banco Central está trabalhando em parceria com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para incluir ativos não regulados pela autarquia.
“Vamos testar diversas aplicações, considerando os requisitos de privacidade, e também explorar ativos fora da jurisdição do BC. Reguladores de outros setores também demonstraram interesse em participar, o que deve aumentar a amplitude de uso do Drex”, afirmou Araújo.
A segunda fase envolve o desenvolvimento de treze temas distintos, todos voltados para a implementação de soluções financeiras. Cada tema será discutido em um ambiente específico, onde reguladores e participantes terão a oportunidade de colaborar e definir as melhores práticas e estratégias de governança. A interação entre as soluções de privacidade e a implementação dos serviços será uma das prioridades no processo de avaliação.
Confira abaixo os temas e os participantes responsáveis pelo seu desenvolvimento:
- Cessão de recebíveis: ABC e Inter
- Crédito colateralizado em CDB: BB, Bradesco e Itaú
- Crédito colateralizado em títulos públicos: ABBC, ABC e MB
- Financiamento de operações de comércio internacional (Trade Finance): Inter
- Otimização do mercado de câmbio: XPVisa e Nubank
- Piscina de liquidez para negociação de títulos públicos: ABC, Inter e MB
- Transações com Cédula de Crédito Bancário (CCB): ABBC
- Transações com debêntures: B3, BTG e Santander
- Transações com ativos do agronegócio: TecBan, MB e XPVisa
- Transações com créditos de descarbonização (CBIO): Santander
- Transações com automóveis: B3, BV e Santander
- Transações com imóveis: BB, Caixa e SFCoop
- Transações com ativos em redes públicas: MB
Ainda em 2024, o Banco Central abrirá novas oportunidades para que outras entidades interessadas possam se candidatar ao projeto. As selecionadas terão até o final do primeiro semestre de 2025 para testar a implementação de contratos inteligentes em seus serviços financeiros.