Banco Central do Brasil decide hoje nova alta da Selic em meio à pressão da inflação

Banco Central do Brasil decide hoje nova alta da Selic em meio à pressão da inflação
Imagem destaque: ChatGPT

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil deve anunciar nesta quarta-feira (7) mais um aumento na taxa básica de juros, a Selic, pressionado pelo avanço dos preços dos alimentos e da energia.

A taxa pode ser elevada em 0,5 ponto percentual, passando de 14,25% para 14,75% ao ano. Se confirmada, essa será a sexta alta consecutiva desde o início do atual ciclo de aperto monetário.

Apesar do aumento previsto, a expectativa entre economistas é que essa elevação marque o fim do ciclo, com uma possível pausa nas próximas reuniões. Para exemplificar, Sergio Goldenstein, ex-chefe do Departamento de Mercado Aberto do BC e atual estrategista-chefe da Warren Rena, avalia que, após uma sequência de aumentos mais agressivos, o banco deverá atuar com mais cautela na reta final do ciclo.

O especialista considera difícil que a taxa de juros ultrapasse o intervalo entre 14,75% e 15,25% ao ano ao término do ciclo. A projeção se apoia na perspectiva de desaceleração da economia global, que poderia ajudar a conter a inflação sem a necessidade de novas altas nos juros.

Pressão inflacionária ainda preocupa

Na ata da reunião anterior, o Copom apontou que o cenário inflacionário de curto prazo segue desfavorável e exige cautela. Assim, a autoridade monetária falou sobre a necessidade de manter os juros elevados por mais tempo, diante da desancoragem das expectativas de inflação.

A nova projeção do Banco Central, divulgada no boletim Focus, aponta que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) pode fechar 2025 em 5,53%. A estimativa supera o teto da nova meta contínua de inflação, que é de 3% ao ano, com margem de tolerância de até 4,5%.

Como funciona a Selic e por que ela sobe

A Selic é a taxa usada nas negociações de títulos públicos e serve como referência para as demais taxas da economia, afetando desde os empréstimos pessoais até os financiamentos. O objetivo do Banco Central ao elevá-la é conter a demanda e, assim, tentar frear a alta dos preços.

Juros mais altos encarecem o crédito, desestimulam o consumo e incentivam a poupança. No entanto, também podem desacelerar o crescimento da economia. Já quando a Selic cai, o efeito é oposto: o crédito tende a ficar mais acessível, impulsionando o consumo e a produção, mas com risco de aumento na inflação.

Novo sistema de metas de inflação

Desde este mês, está em vigor no país um novo modelo de metas de inflação, o chamado sistema de meta contínua. Agora, o Banco Central monitora a inflação acumulada nos últimos 12 meses, mês a mês, em vez de observar apenas o índice fechado de cada ano. A meta continua sendo de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Com isso, o IPCA é analisado de forma mais dinâmica, e o BC precisa agir com maior precisão para manter a inflação dentro dos limites estipulados.

Leia mais: Sinais de flexibilização nos EUA e China impulsionam alta do bitcoin para US$ 97 mil

Deixe seu comentário: