Enquanto boa parte do mercado insiste em prever uma queda nos juros este ano, o Bank of America foi na contramão: não vê espaço para corte de juros em 2025 — e também não enxerga recessão no horizonte.
Com consumo aquecido e inflação persistente nos bens, o banco acredita que o Fed deve manter a cautela. E faz um alerta: ceder à pressão política pode custar caro.
📈 Varejo forte e inflação resistente
O relatório do BofA publicado nesta segunda (21) afirma que os dados reforçam a resiliência da economia estadunidense.
Só em junho, o grupo de controle das vendas no varejo avançou 0,5% na comparação mensal. Já os serviços de alimentação, como bares e restaurantes, subiram 0,6%.
Para os analistas, o impulso do consumidor e a alta na inflação de bens vão manter a atividade em ritmo firme — e afastam qualquer justificativa técnica para corte de juros agora.
🗳️ Críticas a cortes com viés político
O documento também manda um recado ao ambiente eleitoral. Segundo o BofA, mexer nos juros para favorecer o governo seria um erro grave. O banco fez referência às declarações de Donald Trump contra Jerome Powell, presidente do Fed.
“Cortar taxas para ajudar no financiamento do déficit federal é, na nossa opinião, uma das piores razões para uma decisão de política monetária”, escreveram os analistas.
📉 Riscos de um corte mal calculado
O banco aponta que uma redução prematura nos juros poderia gerar o efeito oposto ao esperado. Desancorar expectativas de inflação, enfraquecer o dólar e aumentar o risco de crédito. Ou seja, o remédio político poderia virar veneno financeiro.
A instituição prevê também um leve aumento nos pedidos de seguro-desemprego nesta semana, estabilidade no setor habitacional e queda de 11% nas encomendas de bens duráveis, com divulgação prevista para sexta-feira (25).
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