A Binance solicitou a um juiz de falências de Delaware que rejeite o processo de US$ 1,76 bilhão movido pela massa falida da FTX.
Em documento protocolado na sexta-feira, 17 de maio de 2025, a exchange afirma que a ação tenta desviar a culpa pela derrocada da FTX, colocando-a sobre concorrentes como a própria Binance, em vez de responsabilizar o fundador da plataforma, Sam Bankman-Fried (SBF).
Segundo a equipe da plataforma cripto, a ação seria juridicamente frágil e não conseguiria estabelecer um vínculo plausível entre a empresa, ou seu ex-CEO Changpeng Zhao, e o colapso da FTX.
“Os autores estão fingindo que a FTX não entrou em colapso como resultado de uma das maiores fraudes corporativas da história“, afirma a petição, destacando que SBF cumpre atualmente pena de 25 anos por fraudar clientes, investidores e credores.
Acordo de recompra sob investigação
A disputa judicial gira em torno de um acordo realizado em julho de 2021, quando a FTX recomprou uma participação acionária de 20% que havia vendido à Binance em 2019. O pagamento, segundo a massa falida, foi feito com US$ 1,76 bilhão em criptomoedas — BNB, BUSD e FTT — que teriam sido retirados indevidamente de fundos de clientes.
O espólio da FTX argumenta que a exchange já estava insolvente na época da recompra, e que os ativos foram desviados para financiar secretamente o acordo.
Já a Binance contesta essa alegação, apontando que a FTX continuou operando normalmente por mais de 16 meses após o acordo, o que enfraqueceria qualquer argumento de insolvência prévia.
Além disso, a FTX acusa Changpeng Zhao de ter atuado de forma maliciosa ao publicar, em novembro de 2022, um tuíte informando que a Binance liquidaria suas posições em FTT devido a “revelações recentes”.
A publicação, segundo a acusação, teria causado uma onda de saques que agravou a crise na FTX. No entanto, a Binance argumenta que os tuítes foram feitos após uma reportagem da CoinDesk e que não há qualquer indício de que as informações divulgadas eram falsas.
A companhia ainda afirma que o caso deve ser arquivado por falta de jurisdição, já que nenhuma das empresas rés possui sede nos Estados Unidos e não participou diretamente das transferências questionadas.
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