Arthur Hayes, ex-CEO da BitMEX e fundador da Maelstrom, prevê que o bitcoin (BTC) pode recuar até US$ 90.000 no curto prazo, pressionado por uma contração de liquidez do Tesouro dos EUA. No entanto, ele mantém uma visão otimista, projetando a criptomoeda a US$ 1 milhão até 2028. Mas será que os gráficos técnicos confirmam sua análise?
📉 Queda no radar: risco de contração de US$ 486 bilhões
Hayes aponta que o reabastecimento da Conta Geral do Tesouro (TGA) após o aumento do limite da dívida dos EUA pode sugar US$ 486 bilhões em liquidez do mercado.
Essa dinâmica não é novidade: em ciclos anteriores, como durante a política de Emissão Ativista (ATI) de Janet Yellen, o bitcoin reagiu fortemente a injeções e retiradas de liquidez.
Por exemplo, enquanto os saldos do Reverse Repo Program (RRP) caíram 95%, o BTC valorizou mais de 5x. Agora, a contração de liquidez pode pressionar ativos de risco, principalmente o bitcoin, no curto prazo.
Curto prazo tenso: BTC pode buscar US$ 90 mil
Hayes projeta que, se a contração de liquidez do TGA impactar o mercado, o bitcoin pode corrigir para a faixa de US$ 90.000 a US$ 95.000.
Caso o impacto seja mínimo, o BTC pode se manter na faixa dos US$ 100.000, mas sem romper decisivamente a resistência de US$ 112.000.
📊 Análise gráfica: o que dizem os suportes e resistências atuais
A análise técnica reforça a cautela de Hayes. Aqui estão os principais níveis de preço no gráfico do bitcoin:
🔹 Região de resistência: US$ 112.000
O BTC testou essa faixa em abril e junho de 2025, mas não conseguiu romper com convicção. Atualmente, o preço se aproxima novamente de US$ 110.000–112.000, nível importante que coincide com a resistência mencionada por Hayes. Um rompimento claro acima disso pode sinalizar força altista.
🔹 Região de suporte imediato: US$ 107.000
Velas de junho tocaram essa zona, que funcionou como suporte dinâmico com reação de preço e volume. A média móvel de curto prazo também reforça essa área como um ponto de defesa.
🔹 Suporte secundário: US$ 100.000
Entre US$ 100.000 e US$ 102.000, o bitcoin encontrou suporte em correções de março e maio de 2025. Essa região é um nível-chave para manter o canal lateral atual.
🔹 Faixa de possível queda futura: US$ 90.000–95.000
Embora não testada recentemente, essa faixa foi suporte em dezembro de 2024 e início de janeiro de 2025, com confluência de volume. Se o BTC perder os US$ 100.000 com força, essa zona é tecnicamente plausível como alvo de correção.
🏦 Stablecoins bancárias e a bazuca de liquidez de US$ 10 trilhões
Olhando para o longo prazo, Hayes está otimista. Ele acredita que a cessação do pagamento de juros sobre reservas (IORB) pelo Federal Reserve, combinada com a adoção de stablecoins por bancos “Too Big to Fail” (TBTF), pode liberar até US$ 10,1 trilhões em liquidez para o mercado de títulos do Tesouro.
Esse movimento, segundo o empresário, beneficiará ativos de oferta fixa como o bitcoin, assim como impulsionou o Nasdaq 100 em ciclos anteriores.
Hayes descreve as stablecoins como uma “bazuca de liquidez de trilhões de dólares disfarçada de ‘inovação’”, que manterá ações inflacionadas e financiará déficits, com reflexos positivos no BTC.
📈 Previsão ousada: BTC a US$ 1 milhão até 2028
A previsão mais chamativa de Hayes é que o bitcoin pode atingir US$ 1 milhão até 2028, uma valorização de 10x em relação aos preços atuais. Ele recomenda: “Vá comprado em Bitcoin. Vá comprado em JPMorgan. Esqueça a Circle”.
A lógica é que a regulamentação de stablecoins e o fim do IORB criarão um ambiente de liquidez abundante, favorecendo ativos escassos. O ex-CEO argumenta que investidores não devem esperar por Quantitative Easing ou cortes de juros, pois a próxima onda de dinheiro virá de fontes alternativas, como as políticas de Scott Bessent, novo secretário do Tesouro.
🛑 Fique atento: próximos dois meses serão decisivos
Hayes diz que os próximos dois meses, até o final de agosto de 2025, serão importantes. Sua empresa, Maelstrom, pode reduzir a exposição ao bitcoin dependendo do comportamento do preço.
Para confirmar a tendência de alta, o BTC precisa romper os US$ 112.000 com força. Caso contrário, uma correção para US$ 90.000–95.000 pode se materializar, principalmente se a contração de liquidez do TGA pesar. Fique de olho nos gráficos e nas decisões do Tesouro.
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