Bitcoin abaixo de US$ 96 mil: Fatores que influenciaram e o que vem pela frente

Bitcoin abaixo de US$ 96 mil Fatores que influenciaram e o que vem pela frente
Pixabay

O mercado de criptomoedas passou por uma grande correção que se iniciou na última terça-feira (7).  O bitcoin (BTC) havia ultrapassado a marca dos US$ 100 mil no início da semana, mas passou por uma queda que levou a cripto a ser negociada a US$ 95.600 no momento da escrita do artigo.  

Enquanto isso, o Ethereum (ETH) viu uma desvalorização ainda maior, caindo 8,5% nas últimas 24 horas, sendo trocado de mãos atualmente a US$ 3.352.  

Mas o que está por trás dessa queda?  

A reação negativa nos mercados está ligada a dados econômicos dos Estados Unidos, que indicam um crescimento mais rápido do que o esperado, reforçando as preocupações sobre uma inflação mais duradoura.  

O aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, que atingiram seus níveis mais altos desde abril, é outro sinal de alerta.  

A decisão do Federal Reserve de manter as taxas de juros elevadas por mais tempo também pesa sobre o sentimento do mercado, que mantém a perspectiva de que a taxa básica de juros dos EUA permaneça entre 4,25% e 4,5% até o final de janeiro.  

Conforme observado na fala de Jerome Powell em dezembro de 2024, podemos esperar um controle rigoroso da inflação, contribuindo para um cenário de incerteza que se afeta tanto no mercado tradicional quanto nas criptos.  

Detentores de curto prazo também contribuem para a queda do BTC  

A empresa de análise Alphractal realizou uma pesquisa focada no indicador “Acumulação e Distribuição de Short-Term Holders” (STH), que monitora os fluxos de bitcoin nas carteiras de investidores com menos de 155 dias de posse. As mudanças diárias nesse indicador mostram uma disposição por parte desses investidores em vender seus ativos.  

Imagem: X/Alphractal 

Ao analisar a mudança mensal do STH, é possível notar que a oferta de BTC por esses detentores varia em ciclos de acumulação e distribuição, o que está diretamente relacionado ao movimento do preço da cripto número um. De acordo com a Alphractal, houve uma diminuição no interesse por acumular bitcoin por esses investidores desde 5 de dezembro do último ano, o que tem pressionado o preço para baixo.  

O que esperar agora?  

O analista de criptomoedas Ali Martinez apontou que os dados do TD Sequential no gráfico de uma hora do bitcoin começaram a mostrar sinais positivos. O trader destacou que esse indicativo foi formado logo acima da média móvel de 200 horas e de uma linha de tendência, perto da marca de US$ 97 mil.  

Imagem: X/Ali_Charts

Para Martinez, se o nível de suporte em torno do valor mencionado for mantido, existe a possibilidade de uma recuperação do preço do BTC. Contudo, ele também apontou que, caso o bitcoin caia abaixo desse patamar, pode haver uma queda até o nível de US$ 92 mil.  

Além disso, o especialista mencionou que, com base em dados on-chain, a cripto conta com uma importante zona de suporte entre US$ 95.400 e US$ 98.400, sendo que 1,77 milhão de endereços compraram 1,53 milhão de BTC nessa faixa de preço.  

Por outro lado, ele ressaltou que não há grande resistência acima desse nível, apenas uma pequena zona de resistência entre US$ 104.700 e US$ 105.770, com 107.000 BTC.  

Já Vince Yang, CEO da zkLink, reforça a ideia de que a atual retração das criptomoedas é uma consequência direta da situação no mercado dos EUA e do fortalecimento do dólar norte-americano.  

Segundo Yang, esses tipos de declínios são comuns e fazem parte do ciclo natural dos mercados financeiros. Assim, o analista se manteve otimista, afirmando que, embora o cenário atual cause preocupação, a tendência de alta será retomada em breve.  

“Ontem, os mercados sofreram com as quedas do bitcoin e do Ethereum, impulsionadas por dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos mais fortes do que o esperado, o que diminuiu as expectativas de novos cortes nas taxas de juros este ano. Esse tipo de movimento já ocorreu antes, então não é algo incomum no universo das criptos. Ainda estamos otimistas, pois, historicamente, essas quedas abrem caminho para grandes movimentos para cima”.  

Por outro lado, analistas da QCP Capital acreditam que janeiro pode ser instável para o mercado de criptomoedas. A revisão do teto da dívida pública dos EUA, prevista para o meio do mês, pode gerar ainda mais volatilidade.  

A necessidade do Tesouro norte-americano tomar medidas extraordinárias para financiar seus gastos deve afetar negativamente a confiança dos investidores, gerando oscilações nos preços das criptomoedas.  

BlackRock ainda dá suporte para o bitcoin  

Nem todas as notícias são ruins para o BTC. Um exemplo disso é a BlackRock, que, enquanto diversos ETFs passaram por grandes retiradas de recursos, viu seu fundo, o iShares Bitcoin ETF (IBIT), passar por uma entrada de US$ 596 milhões, compensando parcialmente as perdas do dia.  

Segundo a Farside Investors, os ETFs FBTC da Fidelity, o BITB da Bitwise, o ARKB da Ark, o EZBC da Franklin Templeton e o GBTC da Grayscale enfrentaram saídas de capital, com os valores variando entre US$ 5,6 milhões e US$ 212,6 milhões.  

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